Título: Para empresários, reação é limitada pelas exportações
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/07/2009, Economia, p. B1

A recuperação da atividade industrial nos próximos meses não será suficiente para reverter as expectativas de retração no fechamento do ano, segundo representantes do setor. Eles alegam que o aumento da demanda doméstica não é o bastante para compensar a queda na exportação de produtos industrializados.

"Mesmo considerando que teremos resultados positivos até o fim do ano e já há uma relativa estabilidade no emprego, ainda é uma coisa muito tênue diante do tombo da produção no último trimestre de 2008 e em janeiro deste ano", afirmou Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Monteiro Neto reconhece que o governo se esforçou para melhorar as expectativas relacionadas ao mercado doméstico com medidas de desoneração fiscal e estímulos a alguns setores, "mas não há soluções mágicas". "A indústria depende, de forma significativa, das exportações e as exportações dependem da demanda global, que é uma variável sobre a qual não temos controle", disse.

Para Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a queda da exportação será responsável por 100% da retração da indústria em 2009. "O mercado interno, entre as suas perdas e ganhos, está razoavelmente equilibrado num zero a zero, mas o efeito da queda da exportação é difícil de contornar, pois depende do mercado internacional."

Contudo, a perspectiva é de crescimento para alguns segmentos, principalmente os beneficiados pela redução de impostos. Na chamada linha branca, a expectativa é de crescimento de 10% ante 2008, disse Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos.