Título: Mantega promete cortar gastos
Autor: Otta, Lu Aiko; Veríssimo, Renata
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/07/2009, Economia, p. B4

Somente as despesas de custeio serão ajustadas

Ricardo Leopoldo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou ontem que o reajuste do funcionalismo público está confirmado para julho. "Essa é uma matéria tratada pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Pelo que eu sei o reajuste está mantido."

O ministro destacou que o governo deve fazer ajustes nas despesas de ministérios para adequar a nova realidade das receitas em relação às despesas. Por causa da necessidade de liberar recursos para estimular a demanda agregada, o governo adotou medidas fiscais, como a redução de impostos para a compra de carros, produtos da linha branca e material de construção.

"Os ajustes dos ministérios se referem aos gastos de custeio. Não vamos mexer nos programas sociais. Vamos manter o Bolsa-Família e estamos adotando o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida." Segundo o ministro, para o programa habitacional serão destinados R$ 28 bilhões em subsídios e R$ 60 bilhões em investimentos, e para o Bolsa-Família estão sendo direcionados R$ 12 bilhões em 2009. O ministro também lembrou que o reajuste do salário mínimo para R$ 465 deve injetar na economia R$ 20 bilhões em um ano.

Outro fator que deve elevar o consumo, segundo Mantega, é o aumento dos investimentos no Plano de Safra 2009-2010, que deve atingir R$ 107 bilhões, valor superior aos R$ 78 bilhões da safra passada.

CONTAS PÚBLICAS

Mantega afirmou ainda que o governo vai manter a meta de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de superávit primário neste ano e, em 2010, tal poupança do Orçamento deve subir e retornar a 3,3% do PIB.

"O superávit primário deste ano será aquele já anunciado por nós de 2,5%. Estamos fazendo um superávit primário menor este ano para poder fazer as medidas anticíclicas que estão dando muito certo", comentou. "Mas isso não compromete as contas públicas. Continuamos mantendo a relação dívida/PIB baixa e, para o próximo ano, voltaremos para o superávit primário de 3,3% do PIB."

O ministro ressaltou que o governo vai manter seu cronograma de investimentos públicos e a liberação de recursos para programas sociais, como Bolsa-Família, ao mesmo tempo em que as contas públicas permanecerão sólidas e o País manterá a estabilidade fiscal.