Título: Crise atingiu imagem da instituição, diz pesquisa
Autor: Colon, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/07/2009, Nacional, p. A4

A primeira avaliação feita pelo DataSenado na atual gestão do presidente José Sarney (PMDB-AP) mostra que os escândalos comprometeram a imagem da Casa em todos segmentos da população. Para 50% das pessoas entrevistadas, a corrupção é o "maior problema" da instituição. A falta de transparência é o segundo problema para 21% dos que foram ouvidos - 16% criticaram o excesso de gastos.

A demora nas votações de matérias legislativas foi apontado como problema por apenas 12%. E só 1% das pessoas ouvidas pelo 0800 não quiseram se manifestar sobre o desempenho do Senado. Foram entrevistadas 1.277 pessoas em junho, com acesso a telefone fixo, em 81 municípios, incluídas as 27 capitais e o Distrito Federal.

O Senado, que tem orçamento de R$ 2,7 bilhões, enfrenta desde o início do ano uma série de denúncias por causa de desmandos administrativos envolvendo funcionários e senadores, como o excesso de diretorias na Casa e a contratação de parentes e agregados da família de Sarney em cargos comissionados.

O Senado tem 10 mil funcionários que trabalham para atender 81 senadores. São 3.500 servidores terceirizados, 2.800 comissionados e 3.300 funcionários efetivos. Nos três segmentos, há denúncias de servidores "fantasmas", como são chamados os que recebem salário, mas não trabalham - situação sustentada pelo apadrinhamento de senadores.

A pesquisa mostra que a maioria das pessoas consultadas (89%) afirma, com base nas medidas anunciadas, que a "faxina" da Casa dependerá da reforma administrativa, do corte de 10% dos gastos do Senado (88%), da redução do número de diretores (84%) e da limitação no uso de passagens pelos senadores (86%).

O trabalho de Sarney também foi avaliado. Para 17% dos ouvidos, a atuação do parlamentar é "péssima"; 9% a consideram "ruim". O desempenho do presidente da Casa foi considerado "ótimo" para 6%, "bom" para 27% e regular para 39%.