Título: SP registra 2ª morte por gripe suína
Autor: Sant?anna, Emilio; Spinosa, Marcela
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/07/2009, Vida&, p. A16

Óbito é o 4.º no País; jovem que morreu no último dia 10 teve contato com argentinos e chilenos, diz secretaria

Emilio Sant?anna e Marcela Spinosa

A segunda morte por gripe suína em São Paulo - a quarta registrada no País - foi confirmada no início da noite de ontem em Botucatu, a 260 quilômetros da capital. O paciente, um homem de 28 anos, faleceu na sexta-feira (10), mesmo dia em que a primeira morte no Estado foi confirmada. Ele estava internado no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desde o dia 4 deste mês, apresentando dificuldade respiratória.

Três dias após a internação, o quadro clínico do jovem piorou e ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, durante a internação foram investigadas doenças como pneumonia bacteriana grave, hantavirose, leptospirose, influenza A e histoplasmose aguda.

O jovem teve contato com argentinos e chilenos que estavam no País, mas a forma de transmissão ainda é investigada. O HC recebe pacientes da região de Botucatu, mas segundo o hospital o rapaz morava na própria cidade.

Essa é a segunda morte registrada no País em menos de 24 horas. Anteontem, o governo do Rio Grande do Sul confirmou o óbito de um garoto de 9 anos em Sapucaia do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. A primeira morte do País também ocorreu naquele Estado. Um caminhoneiro de 29 anos morreu no final de junho após voltar de uma viagem à Argentina.

Segundo o Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Juvêncio Furtado, não há motivo para pânico. "Vale lembrar que a gripe comum também mata por complicações. A nova gripe é letal, mas a situação está controlada." Porém, ele admite que a situação pode mudar. "Não sabemos ainda como ele (o vírus) vai se comportar daqui para frente. Não dá para dizer ainda se ficará mais letal ou não."

O último boletim do Ministério da Saúde, atualizado na sexta-feira, informa que 1.027 pessoas foram infectadas pelo vírus A(H1N1), no Brasil. Porém, não considera os dois últimos óbitos ocorridos no País.

Em Osasco, na Grande São Paulo, a avó da estudante de 11 anos que teve sua morte - em decorrência da gripe suína - divulgada na sexta-feira também está infectada. No total, sete parentes foram contaminados. Além da avó, o irmão mais novo, três primos, a mãe e o pai dela contraíram a doença.

A avó e os três primos da menina estão internados, mas a prefeitura de Osasco não divulgou o nome da unidade de saúde onde eles estão. O pai da estudante continua internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, onde está desde o último dia 7. A mãe e o irmão já receberam alta hospitalar.

O óbito da garota, ocorrido no dia 30, provocou aumento de 30% no número de atendimentos no Pronto-Socorro Dr. Conrado Cesarino Nuvolini, no bairro Jardim Santo Antonio, onde a família mora. O diretor dos prontos-socorros do município, Evandro Ruck, afirma que os atendimentos na unidade passaram de 400 para 700 consultas por dia. "São pessoas com dúvida sobre a doença. Algumas tossem e sentem um pouco de coriza e acham que estão com a nova gripe", disse.

BOLETIM

1.027 pessoas

foram infectadas pelo vírus A(H1N1) no Brasil até a última sexta-feira

30% foi o aumento

de atendimentos no pronto-socorro do bairro onde mora a família da menina que morreu