Título: Lula nega que Petrobrás tenha sido pivô de mudança
Autor: Friedlander, David
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/07/2009, Economia, p. B3

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, em entrevista, que a razão da saída de Lina Maria Vieira do cargo de secretária da Receita Federal tenha sido a queda da arrecadação ou a multa que ela teria aplicado à Petrobrás, em maio, pela estatal por ter mudado o regime de pagamento de impostos e deixado de recolher R$ 4,38 bilhões em tributos entre dezembro de 2008 e março deste ano. "Em absoluto", disse. A Receita não confirma se a multa chegou a ser aplicada ou não.

Lula disse também que não sabia por que a secretária foi admitida nem por que foi demitida. "Eu não posso ficar preocupado com as pessoas que os ministros vão indicar. Cada um tem sua responsabilidade e indica as pessoas que ele acha que vão cumprir aquela função. Da mesma forma que indica, ele pode tirar. É coisa normal da República."

O presidente, no entanto, não poupou o ministro da Fazenda, Guido Mantega por ter afastado Lina, sem ter um nome para anunciar para o seu lugar. "Na hora que se tira alguém, tem de ter alguém para colocar no lugar imediatamente, só isso", declarou.

Lula foi ainda questionado se o novo secretário assumiria o cargo com a obrigação de aumentar a arrecadação. "As pessoas têm obrigação de arrecadar aquilo que é possível arrecadar. Na medida em que a economia começa a crescer, certamente as pessoas vão pagar seus impostos em dia. É possível que a gente tenha muitas empresas que, em função da crise econômica, tenha utilizado o tempo que a lei permite para poder pagar parte dos seus impostos", respondeu.

Sobre a mudança contábil promovida pela Petrobrás para pagar menos impostos, Lula disse: "A Petrobrás ou o presidente da República, se cometer erro, tem de pagar pelo erro que cometeu, mas o que a Petrobrás diz é que agiu em conformidade com a lei e a lei permite que a empresa faça isso."