Título: Mortes por gripe suína sobem para 12 em São Paulo
Autor: Formenti, Lígia ; Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/07/2009, Vida, p. A16

Rio também registra mais 4 óbitos, elevando total no País para 29

Clarissa Thomé e Emilio Sant"Anna

São Paulo divulgou ontem mais 3 mortes por gripe suína e o Rio confirmou outras 4. Com isso, o total de óbitos pela doença chega a 29 no País. O boletim do Ministério da Saúde com os dados atualizados de casos e mortes, que deveria ter sido divulgado ontem, foi adiado para hoje.

No Estado de São Paulo, uma menina de 1 ano e 6 meses, moradora do Grande ABC, uma mulher de 27, de Valinhos, e um paciente de Itapetininga são as novas vítimas. No total, São Paulo tem 12 óbitos. A menina foi internada em 18 de julho, com insuficiência respiratória. Apresentou sinais de choque e foi entubada, mas morreu no mesmo dia. Segundo a Secretaria da Saúde, ela tinha histórico de anemia. A paciente de Valinhos, de 27 anos, apresentou sintomas no dia 14, foi internada três dias depois e morreu no domingo passado.

OUTROS CASOS

No Rio, o gabinete integrado de emergência, órgão montado pela Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil para monitorar a evolução do número de infectados no Estado, confirmou ontem no início da noite as novas mortes. Com essas, são cinco no total as mortes confirmadas no Estado. O primeiro óbito foi uma mulher de 37 anos, que faleceu no dia 13.

Todos os óbitos anunciados ontem foram de moradores da capital. Entre os quatro, dois foram de crianças: um menino de 10 anos que possuía fator de risco (não revelado) e um outro garoto de 6. O mais velho morreu no dia 14. A outra criança morreu um dia depois.

As outras duas mortes são de mulheres adultas. A primeira era uma grávida de 29 anos, que apresentou pneumonia pouco antes de morrer, no dia 17. Dois dias depois, uma mulher de 39 anos morreu em decorrência da doença. Aparentemente ela não apresentava fator de risco.

NEGLIGÊNCIA

A família da vítima de 29 anos, que trabalhava como vendedora no Rio, decidiu processar o Estado por negligência. Grávida de 7 meses do segundo filho, foi atendida duas vezes, na semana passada, na emergência do Hospital Estadual Albert Schweitzer, onde fazia pré-natal. Sentia dores, tinha tosse, febre alta e falta de ar. Foi medicada e orientada a ir para casa.

O marido dela disse que os médicos não cogitaram a hipótese de gripe suína. Na sexta, ela foi levada a uma clínica particular, onde aguardou por 10 horas uma vaga na UTI. Sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e morreu.