Título: Gasto com auxílio a desempregado subiu 41%
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/07/2009, Economia, p. B4

O governo pagou no primeiro semestre deste ano R$ 9,9 bilhões com o programa seguro-desemprego, 41% a mais do que o gasto com o benefício no mesmo período do ano passado. Com o aumento das demissões formais no fim do ano passado por causa da crise mundial, também subiram os pedidos no início deste ano.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, admitiu que o montante desembolsado de janeiro a junho é o mais alto, desde 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o primeiro mandato. Foram beneficiados pelo seguro-desemprego 4,1 milhões de trabalhadores no período.

O seguro-desemprego, devido a quem perde o emprego sem justa causa, é uma das despesas obrigatórias do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), cujas principais receitas são as contribuições empresariais ao PIS/Pasep. No primeiro semestre, o FAT fechou com um resultado operacional positivo de R$ 1,7 bilhão, saldo entre receitas de R$ 11,9 bilhões e despesas de R$ 10,3 bilhões.

Lupi acrescentou que também explicam esse aumento de gastos com o seguro-desemprego a ampliação em duas parcelas extras do benefício para mais de 100 mil trabalhadores.

Outro fator destacado por ele foi o aumento real do valor do salário mínimo, já que esse é o piso do benefício. O valor máximo do seguro é R$ 870. "Para mim, não são apenas despesas, mas investimentos na economia, porque quando se libera recursos para o trabalhador ele vai consumir e isso injeta dinheiro na economia", afirmou Lupi.

DESEMPREGO

Lupi comemorou a queda na taxa de desemprego, apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e divulgada ontem. Segundo ele, estão se confirmando as suas expectativas de recuperação do mercado de trabalho brasileiro. De acordo o IBGE, a taxa ficou em 8,1% em junho, ante 8,8% em maio. "O Brasil já venceu a crise e o desemprego vai se confirmar ainda mais baixo no segundo semestre", afirmou Lupi, em entrevista coletiva.

Ele afirmou que "arrisca" fazer uma previsão de que a taxa de desemprego no fim deste ano fique entre 7% e 7,5%, que era a taxa medida até setembro do ano passado quando se agravou a crise internacional. "E os pessimistas terão que se render à realidade do bons indicadores do País", comentou.