Título: Uribe virá ao Brasil explicar bases
Autor: Marin, Denise Chrispim; Nossa, Leonêncio
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/08/2009, Internacional, p. A13

Presidente colombiano inicia giro por 7 dos 12 países da Unasul para esclarecer polêmico acordo militar com EUA

Denise Chrispim Marin e Leonêncio Nossa

A reação dos países da América do Sul ao aumento da presença militar americana em bases na Colômbia levou o presidente colombiano, Álvaro Uribe, a iniciar hoje um périplo por 7 dos 12 países da União Sul-Americana de Nações (Unasul). Equador e Venezuela, pivôs da crise, ficarão de fora.

O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcado para quinta-feira, em Brasília. Uribe terá a missão de explicar sua estratégia contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O acordo atual entre a Colômbia e os EUA prevê a presença de cerca de 800 soldados americanos em 3 a 5 bases colombianas por um período de 10 anos.

Uribe espera amenizar o debate que se dará, inevitavelmente, na reunião de cúpula da Unasul, no dia 10, em Quito, no Equador.

O colombiano já havia antecipado que não iria a esse encontro e, apesar do temor de que os líderes presentes convoquem uma reunião do Conselho de Defesa da Unasul para tratar do assunto, Uribe disse que não mudará de posição. Para um diplomata brasileiro, a agenda cheia é uma tentativa de "desanuviar um ambiente excessivamente carregado".

Diante das declarações de preocupação dos presidentes Lula, Michelle Bachelet, do Chile, e Evo Morales, da Bolívia, na semana passada, Uribe decidiu aplainar o terreno e, com atraso, explicar os termos do acordo. Seu trajeto começará hoje por Peru e Chile. Na quinta-feira, ele desembarca em Brasília, seguindo depois para o Paraguai e a Argentina.

Segundo o porta-voz da presidência colombiana, César Maurício Velásquez, os governos do Uruguai e da Bolívia ainda não confirmaram as audiências com Uribe. Equador e Venezuela foram excluídos da lista porque são os países acusados por Bogotá de dar guarida às Farc.

Ontem, o próprio Uribe telefonou para o presidente Lula para solicitar o encontro, agendado para as 15 horas de quinta-feira.

VISITA

Pelo menos nessa etapa, sua tarefa terá uma ajuda adicional - a visita, entre hoje e amanhã, do assessor da Casa Branca para Segurança Nacional, general Jim Jones, que tratará também de explicar o acordo entre os EUA e a Colômbia.

Para o governo brasileiro, o compromisso dos países da América do Sul com o processo de integração regional, que culminou com a criação do Conselho de Defesa, não permitiria a presença de tropas estrangeiras na região.

Em março, o chanceler Celso Amorim havia questionado o então ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, sobre os rumores do acordo para o uso das bases pelos americanos. Desde então, a negociação evoluiu, mas nem os países vizinhos nem a Unasul foram informados de seu teor. Em julho, o assunto vazou e o governo colombiano só tratou do tema depois de questionado pelos países vizinhos.

"Com a saída da Base de Manta, no Equador, o único país que poderia abrigar tropas dos EUA seria a Colômbia", afirmou um diplomata. "Mas o governo colombiano nunca nos disse nada, até que o acordo foi fechado." A reação dos países da América do Sul ao aumento da presença militar americana em bases na Colômbia levou o presidente colombiano, Álvaro Uribe, a iniciar hoje um périplo por 7 dos 12 países da União Sul-Americana de Nações (Unasul). Equador e Venezuela, pivôs da crise, ficarão de fora.

O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi marcado para quinta-feira, em Brasília. Uribe terá a missão de explicar sua estratégia contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O acordo atual entre a Colômbia e os EUA prevê a presença de cerca de 800 soldados americanos em 3 a 5 bases colombianas por um período de 10 anos.

Uribe espera amenizar o debate que se dará, inevitavelmente, na reunião de cúpula da Unasul, no dia 10, em Quito, no Equador.

O colombiano já havia antecipado que não iria a esse encontro e, apesar do temor de que os líderes presentes convoquem uma reunião do Conselho de Defesa da Unasul para tratar do assunto, Uribe disse que não mudará de posição. Para um diplomata brasileiro, a agenda cheia é uma tentativa de "desanuviar um ambiente excessivamente carregado".

Diante das declarações de preocupação dos presidentes Lula, Michelle Bachelet, do Chile, e Evo Morales, da Bolívia, na semana passada, Uribe decidiu aplainar o terreno e, com atraso, explicar os termos do acordo. Seu trajeto começará hoje por Peru e Chile. Na quinta-feira, ele desembarca em Brasília, seguindo depois para o Paraguai e a Argentina.

Segundo o porta-voz da presidência colombiana, César Maurício Velásquez, os governos do Uruguai e da Bolívia ainda não confirmaram as audiências com Uribe. Equador e Venezuela foram excluídos da lista porque são os países acusados por Bogotá de dar guarida às Farc.

Ontem, o próprio Uribe telefonou para o presidente Lula para solicitar o encontro, agendado para as 15 horas de quinta-feira.

VISITA

Pelo menos nessa etapa, sua tarefa terá uma ajuda adicional - a visita, entre hoje e amanhã, do assessor da Casa Branca para Segurança Nacional, general Jim Jones, que tratará também de explicar o acordo entre os EUA e a Colômbia.

Para o governo brasileiro, o compromisso dos países da América do Sul com o processo de integração regional, que culminou com a criação do Conselho de Defesa, não permitiria a presença de tropas estrangeiras na região.

Em março, o chanceler Celso Amorim havia questionado o então ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, sobre os rumores do acordo para o uso das bases pelos americanos. Desde então, a negociação evoluiu, mas nem os países vizinhos nem a Unasul foram informados de seu teor. Em julho, o assunto vazou e o governo colombiano só tratou do tema depois de questionado pelos países vizinhos.

"Com a saída da Base de Manta, no Equador, o único país que poderia abrigar tropas dos EUA seria a Colômbia", afirmou um diplomata. "Mas o governo colombiano nunca nos disse nada, até que o acordo foi fechado."