Título: Crítico do Bolsa-Família é imbecil, diz Lula
Autor: Moreira, Ivana
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2009, Nacional, p. A9

Para presidente, "ignorante" é quem ainda acredita que ajuda aos pobres é esmola ou assistencialismo

Ivana Moreira

"Ignorante é quem ainda acredita que o Bolsa-Família é esmola, é assistencialismo." A afirmação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ontem esteve em Belo Horizonte e fez mais uma defesa do principal programa social de seu governo.

Segundo ele, enxergar o Bolsa-Família como assistencialismo é ver o País de "forma simplista". "Tem gente tão imbecil e ignorante que ainda fala que o Bolsa-Família é para deixar as pessoas preguiçosas, porque quem recebe não quer mais trabalhar", disse o presidente. "A ignorância é de tal magnitude que as pessoas pensam que um ser humano vai ganhar R$ 85 e vai deixar de ter perspectiva que ganhar os R$ 616 que a Mônica que vai ganhar por um trabalho decente."

Mônica Barroso, de 28 anos, foi uma das alunas que receberam ontem o diploma de pedreira, com emprego garantindo.

Ao todo, 457 alunos da capital mineira receberam certificados em cursos de formação como pedreiro, eletricista, torneiro mecânico e pintor, entre outros. Os cursos fazem parte do Plano Setorial de Qualificação e Inserção Profissional para o Bolsa-Família.

Segundo Lula, se todos os governos tivessem gasto um pouco de dinheiro para cuidar dos pobres, o Brasil teria menos pobreza e até ajudaria os ricos, porque, segundo ele, haveria mais consumidores girando a economia. "Não sei quem foi o ignorante que um dia resolveu achar que o Brasil poderia conviver com 10% extremamente ricos, uma classe média de 30% e o restante sem ter sequer o que comer", afirmou o presidente.

Para Lula, um economista ou um doutor formado em uma escola no exterior sabem que é uma lógica perversa até para os grandes capitalistas.

Lula garantiu que até o fim do governo poderá fazer pelos pobres até mais do que fez até agora, porque, neste momento, a administração tem mais conhecimento de como agir do que tinha no primeiro mandato.