Título: Crescimento vai passar de 4,5% em 2010, diz Lula
Autor: Kattah, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/08/2009, Economia, p. B5

Otimista, presidente enfatiza recuperação do País e prevê que, "em 10 ou 15 anos" o Brasil será "a quarta ou quinta" economia mundial

Eduardo Kattah

Em mais um diagnóstico otimista para a economia brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo trabalha com a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 4,5% em 2010. Em entrevista à rádio Itatiaia, em Belo Horizonte, Lula afirmou também que o País poderá, em 10 ou 15 anos, chegar ao nível de quarta ou quinta economia mundial.

O presidente ressaltou que em dezembro foi à TV e, em rede nacional, afirmou que a "crise tinha chegado por último no Brasil e ia sair primeiro". "O que está acontecendo agora? De todos os países, China e Brasil são os que estão em melhor situação", avaliou. "A economia brasileira está se recuperando, eu tenho dito aos meus ministros que nós não temos de ser ufanistas, nós temos os pés no chão. Mas os sinais são extraordinários da economia se consolidando e nós trabalhamos para um crescimento no próximo ano acima de 4,5%."

Para Lula, se o Brasil continuar, pelo menos na próxima década, "trabalhando com seriedade", poderá assumir uma nova posição no clube das maiores economias do mundo. "Eu tenho dito: nós, daqui a 10 ou 15 anos, seremos a quarta ou quinta economia mundial."

Na opinião do presidente, o atual desempenho se deve em grande parte às medidas adotadas durante o ajuste fiscal no início de seu governo. "Você está lembrado que eu levei o superávit primário para 4,25%. Começamos o governo cortando praticamente US$ 14 bilhões do orçamento", disse. "Fui muito criticado, perdi até gente do PT, que saiu do PT. Entretanto, hoje nós estamos colhendo aquilo que plantamos."

Lula também enalteceu o nível atual da Selic, a taxa básica de juros. "Nós aumentamos o juros quando precisávamos aumentar, reduzimos os juros quando tínhamos folga para reduzir e hoje nós temos o menor juro da história deste país, juro real abaixo de 5% eu não lembro o tempo que o Brasil teve."

PREVIDÊNCIA

Questionado, o presidente admitiu a possibilidade de aumento real das aposentadorias, mas observou que a prioridade do governo é garantir que o salário mínimo continue crescendo.

"Cada um de nós se aposenta com aquilo que contribuímos. Se bem que você tem setores privilegiados e setores que amargam (perdas). De qualquer forma, isso só vai mudar no dia que você tiver uma reforma na Previdência Social."