Título: Mesa autoriza reforma no plenário da Casa
Autor: Colon, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/08/2009, Nacional, p. A4

Anúncio foi feito dois dias após apresentação de estudo da FGV, que prevê corte de servidores

BRASÍLIA

Dois dias depois da apresentação de estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que prevê o corte de 2.200 funcionários com a economia de R$ 376,4 milhões anuais, a Mesa Diretora do Senado deu o aval ontem para que seja feita uma reforma nas instalações elétricas e de ar-condicionado do plenário da Casa. A justificativa para a obra é que as condições físicas do plenário do Senado são precárias, até com a queda das placas de metal que enfeitam o teto. Ainda não há previsão de quanto será gasto com a obra do plenário, que deverá ser feita no recesso de janeiro.

"Não temos ideia de quanto vai custar. Mas tem gambiarra de tudo que é jeito no plenário", afirmou ontem o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI). Ele não descartou a possibilidade de que, com as obras nas instalações elétricas, seja feita uma reforma completa do plenário. O novo layout do local aumentaria, por exemplo, a distância entre a Mesa Diretora e a parede. Heráclito garantiu, no entanto, que não há nenhum projeto de fechar o plenário com vidros e isolar o público que vai ao Senado.

A exposição sobre a precariedade das instalações físicas do plenário do Senado foi feita durante a reunião da Mesa Diretoria por engenheiros da Casa. Eles levaram fotos mostrando as más condições da fiação elétrica, com cabos desencapados ao lado de tubulação de água. "A situação é de absoluto risco. Não vai se deixar incendiar o plenário", argumentou a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), segunda vice-presidente.

Também é necessário refazer toda a parte acústica e de impermeabilização do plenário da Casa, que é revestido de lã de vidro, material hoje considerado cancerígeno, segundo explicou Heráclito. "Imagina se amanhã cai uma placa dessas na cabeça de um senador? Não quero que aconteça um acidente e eu seja responsabilizado", disse o primeiro-secretário, a quem cabe cuidar da parte administrativa do Senado. O projeto de reforma da Casa prevê a substituição do forro metálico, do isolamento térmico e acústico do plenário, além do ar-condicionado. Também há previsão de instalação de um sistema de renovação de ar e a substituição da iluminação do plenário. O projeto prevê ainda a instalação de um sistema contra incêndio. Além da reforma, os integrantes da Mesa aprovaram ontem ato que regulamenta o funcionamento dos gabinetes nos Estados dos senadores.

Esses escritórios são mantidos com a verba de R$ 15 mil mensais. Pela proposta, os escritórios dos senadores nos Estados poderão empregar somente funcionários com cargo em comissão - servidores efetivos do Senado não poderão trabalhar no gabinete estadual. O projeto também veda a servidores com cargos em comissão vinculados à Mesa Diretora ou às demais unidades administrativas que trabalhem nos escritórios estaduais.