Título: Uso de remédio para gripe suína será monitorado
Autor: Gonçalves, Alexandre
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/08/2009, Vida &, p. A18

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatória a notificação e o monitoramento de efeitos colaterais relacionados ao antiviral oseltamivir (Tamiflu), usado no tratamento da gripe suína. O diretor da agência, Dirceu Barbano, afirmou que a medida foi adotada para evitar a subnotificação de reações indesejadas, algo que, em sua avaliação, pode estar ocorrendo no País.

Até agora, a Anvisa recebeu relatos de quatro casos de reações adversas. Um número muito pequeno se comparado aos registros de outros países. Na Inglaterra, em um grupo de 120 pessoas submetidas ao tratamento, 40% apresentaram efeitos colaterais. ¿O uso do remédio aumentou de forma expressiva no País. Isso amplia a possibilidade da ocorrência de riscos associados ao seu uso¿, avaliou.

Apesar da constatação de que houve um aumento do consumo do medicamento, não há informações oficiais sobre a população que foi submetida à terapia com oseltamivir. O Ministério da Saúde não tem nem mesmo a informação de quantos pacientes receberam a medicação. A pasta também não sabe qual o perfil dos pacientes.

A comunicação de efeitos colaterais do oseltamivir deve ser feita por médicos, serviços de saúde e fabricantes. Uma das maiores preocupações da Anvisa está relacionada ao perfil dos pacientes que recebem medicamentos. Nos ensaios do remédio antes do registro não foram feitos testes de segurança, por exemplo, do uso entre crianças com menos de 1 ano. Em um alerta divulgado, a agência acrescenta: ¿A inclusão de crianças, idosos, mulheres grávidas e pacientes com doenças degenerativas ou graves nos estudos (de pré-lançamento da droga) é relativamente baixa ou até mesmo nula.¿ Esses são os pacientes que se encaixam no perfil de grupo de risco e com indicação para o uso de oseltamivir, caso apresentem sintomas de gripe.

Entre os efeitos adversos estão náuseas, vômitos, insuficiência hepática, distúrbios neuropsiquiátricos (como delírio e automutilação). A recomendação da Anvisa é a de que médicos fiquem alertas às reações dos pacientes durante o tratamento e no período posterior. ¿Há registros de reações tardias. Por isso, o recomendável é que fiquem atentos, pelo menos, até 25 dias