Título: Entidade diz que divulgação confunde
Autor: Balazina,Afra
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2009, Vida&, p. A22

Para representante da indústria da cana, dados comprometem os flex

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirma em nota à imprensa que, da forma como foram apresentados os dados do Ministério do Meio Ambiente, houve um comprometimento não apenas da imagem do álcool, mas também dos próprios carros flex, ambos promovidos frequentemente pelo Brasil para o resto do mundo como peças importantes na luta contra o aquecimento global. Jank também cobra que as montadoras adaptem melhor seus motores flex para o álcool.

"Nossos carros flex, que já respondem por mais de 90% das vendas de veículos leves, ainda vêm com motores a gasolina adaptados para funcionar também com álcool, o que diminui a eficiência desses últimos. A vasta maioria dos compradores de carros flex usa etanol, e o etanol já é mais consumido do que a gasolina no Brasil", afirma. Para Jank, "falta uma mensuração correta das emissões, para que as montadoras reconheçam essa realidade e otimizem seus carros para o etanol e não para a gasolina. Assim, estariam atendendo às reais necessidades dos consumidores", completou, por meio de nota.

A entidade aprova a ideia de estabelecer índices de avaliação de emissões de veículos, mas lamentou "a forma como a primeira tentativa de atingir esse objetivo foi conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente".

"A Unica avalia que, em vez de produzir dados precisos, que ajudem o consumidor no momento de adquirir um automóvel, a divulgação feita pelo ministério serviu principalmente para confundir", diz a nota.

Segundo a Unica, é grave a não inclusão dos dados de emissão de gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SO2) e partículas. "É decepcionante constatar que quando finalmente surge um indicador, que é o que desejamos, as emissões de dióxido de carbono ficam de fora, ignorando a existência de grandes esforços mundiais para desenvolver e adotar os chamados combustíveis de baixo carbono", completa o texto.

ANFAVEA

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) diz que as montadoras aperfeiçoam constantemente os motores. Segundo a entidade, o álcool polui mais por consumir maior quantidade de combustível por quilômetro rodado. Por isso o preço é cerca de 25% menor que o da gasolina. Ou seja, gasta-se mais álcool, portanto ele também é mais barato