Título: Indústria reage e abre 66,6 mil vagas
Autor: Graner,Fabio
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/09/2009, Economia, p. B3
Setor tem 2.º melhor desempenho da séria histórica do mês de agosto
Apesar de o desempenho positivo do mercado de trabalho em agosto ter sido generalizado, o comportamento mais forte da indústria de transformação nas contratações chamou a atenção. O setor foi o que mais sentiu o impacto da crise, fechando mais vagas em sua fase aguda.
Em agosto, as empresas industriais geraram 66,6 mil vagas, o melhor resultado de 2009 e o segundo melhor da série para o mês. Em julho, haviam sido criados apenas 17,4 mil empregos com carteira assinada no setor industrial.
No acumulado do ano, contudo, o saldo da indústria ainda é negativo em 60,6 mil postos. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou que a partir do resultado de setembro, o emprego formal industrial vai entrar em terreno positivo no acumulado do ano e fechar 2009, mesmo com a tradicional queda que ocorre em dezembro, com criação líquida de vagas.
Ele aposta que nos resultados de setembro a novembro o setor deverá apresentar saldos positivos recordes de geração de empregos com carteira assinada.
Lupi afirmou que as empresas industriais se precipitaram ao fazer demissões no momento mais agudo da crise, mas hoje estão praticamente sem estoques, o que as levará a contratar novos funcionários. Isso deve puxar a geração de empregos formais no setor.
Ao ser questionado sobre se seria importante manter a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a indústria automobilística, Lupi deu uma estocada nos empresários. Disse que o setor não teve sensibilidade e cortou vagas na crise. Por isso, uma eventual renovação do benefício dependeria de uma análise sobre o comportamento na geração de empregos do segmento.
Além da indústria, o setor de serviços teve um desempenho muito forte em agosto, criando 85,6 mil postos formais e, assim como a indústria, tendo o segundo melhor resultado da série para o mês e o melhor do ano.
Todos os ramos do setor tiveram expansão, com destaque para Serviços de Comércio e Administração de Imóveis, que geraram 25,7 mil empregos.
O comércio registrou 56,8 mil novas vagas, recorde da série para agosto, com destaque para o setor varejista, que registrou 47,3 mil novos empregos. Somente a agricultura registrou queda na geração de empregos formais.