Título: Suécia oferece caças por 50% do preço da França
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Fonte: O Estado de São Paulo, 18/09/2009, Nacional, p. A13

Vice-ministro de Defesa diz buscar parceria estratégica de longo prazo

O vice-ministro de Defesa da Suécia, Hakan Jevrell, afirmou ontem, de acordo com reportagem da Agência Brasil, que seu país "não está buscando compradores, mas parceiros" para o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab, que disputa uma concorrência com o Rafale, da francesa Dassault, e o F-18 da americana Boeing para fornecimento de equipamentos militares ao País. Segundo ele, caso opte pela proposta sueca - que será apresentada, com as demais, na segunda-feira - o País poderá comprar o dobro de aviões pelo preço oferecido pelos concorrentes.

Jevrell se reuniu com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O vice-ministro disse que a Suécia e a Saab estão 100% comprometidas com a transferência de tecnologia. "Não buscamos um comprador. Buscamos parceria estratégica e cooperação de longo prazo para as futuras gerações do poder aéreo e do desenvolvimento industrial."

"A Suécia pode oferecer um programa de desenvolvimento conjunto de uma aeronave, com a Embraer, que tem como principal característica a capacidade de se adaptar às necessidades específicas de cada usuário", afirmou Jevrell.

O vice-ministro garantiu que a proposta apresentada ao Brasil será muito atrativa. Segundo ele, o Gripen NG é o que apresenta menor custo por ciclo de vida. Além disso, segundo ele, "a Suécia oferecerá um financiamento bastante favorável ao Brasil".

Apesar da promessa de transferência de tecnologia, o motor do caça é americano e o radar, italiano.

Tecnicamente, o custo 50% menor se explica pelo jato ser monoturbina - os outros dois concorrentes são biturbina - e o modelo NG estar ainda em fase de projeto, o que permitiria planejá-lo para ter custo inferior.

A grande vantagem para o Brasil, de acordo com o presidente da Saab no País, Bengt Janér, seria a possibilidade de integrar novos sistemas.

"A filosofia é de que a célula dure 40 anos. Para manter o caça como top de linha, é fundamental que utilize plataformas que comportem computadores cada vez mais rápidos e softwares sempre atualizados", disse.

De acordo com o sueco, o Brasil poderá atualizar constantemente os caças