Título: Organização defende que países emergentes reduzam gás carbônico
Autor: Efe
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/09/2009, Vida7, p. A26

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa 30 dos países mais industrializados - o Brasil não é membro -, considera que um meio mais eficiente de combater o aquecimento global é fazer com que as grandes economias emergentes (China, Índia, Brasil e Rússia) se integrem nas ações para cortar as emissões de gases-estufa, para depois conseguir que todos os países em desenvolvimento também o façam.

A OCDE também alertou para a ineficácia de um imposto sobre as emissões de CO2 nas importações que entram na União Europeia (UE). O objetivo da taxação seria evitar concorrência desleal de países que não fazem esforços contra a mudança climática. Segundo a OCDE, a proposta de líderes europeus - em particular do presidente francês, Nicolas Sarkozy - de aplicar um imposto às importações de países que não respeitem um acordo internacional para limitar o aquecimento global teria "efeitos desprezíveis" sobre a competitividade da indústria da UE. Além disso, encareceria os custos de cumprir o compromisso europeu de diminuir em 50% suas emissões de CO2 até 2050, que passariam de 1,5% do PIB da UE para 1,8%.

Conforme seus cálculos, limitar o aquecimento a menos de 3°C custaria quatro pontos porcentuais do PIB mundial para 2050, em relação à hipótese de não fazer nada para evitá-lo - nesse caso, a temperatura subiria entre 4°C e 6°C em 2100. Para a OCDE, uma das prioridades é eliminar as subvenções ao consumo de combustível nos países em desenvolvimento, pois isso permitiria diminuir as emissões de CO2 em 10% para 2050.

A entidade também alertou que, mesmo se seus membros reduzirem suas emissões para zero até 2050, essa diminuição seria compensada pela alta das grandes economias emergentes caso estas não façam esforços.