Título: Amorim esquiva-se de reunião OEA-Micheletti
Autor: Chacra, Gustavo
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/09/2009, Internacional, p. A14

O governo brasileiro decidiu não enviar o chanceler Celso Amorim para Tegucigalpa, na semana que vem, quando ocorrerá uma reunião do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) com o presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti. O Brasil será representado pelo embaixador na OEA, Ruy Casaes.

De acordo com um funcionário do governo, a ausência de Amorim busca tirar um pouco o foco da crise política hondurenha do Brasil, visto que o País já está envolvido demais com a situação de Honduras, por ter abrigado em sua embaixada o presidente deposto, Manuel Zelaya.

Insulza estará acompanhado dos chanceleres dos demais países sul e centro-americanos, além do ministro das Relações Exteriores da Espanha, Miguel Moratinos, que representará a União Europeia.

Para o governo brasileiro, o convite feito por Micheletti para uma conversa com a OEA é um sinal de que o presidente de facto começa a aceitar o diálogo. O país centro-americano tem hoje dois presidentes, um de direito, abrigado na embaixada do Brasil, e outro, de facto, que mantém o cerco à representação diplomática brasileira.

Por pressão do Brasil, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) fará hoje uma reunião informal, para tratar da situação da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O País exige que o conselho se pronuncie a favor da garantia de que a representação diplomática não será invadida nem violada por parte de Micheletti.