Título: Brasil já é 7º em produção de carros
Autor: Silva, Cleide; Rehder, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/03/2008, Economia, p. B4

Em vendas, País ocupa a oitava posição no mundo e mercado vê espaço para pular para a quinta rapidamente

O Brasil ganhou uma posição no ranking mundial de fabricantes de veículos em 2007, passando para o sétimo lugar. Com 2,97 milhões de unidades, o País ocupa posição que antes pertencia à Espanha e deve galgar novas vagas este ano, se concretizar a produção prevista pelas montadoras, de 3,2 milhões de veículos. Em volume de vendas, o País está em oitavo lugar, com chances de pular para a quinta posição.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, os três mercados que estão logo à frente do Brasil - Reino Unido, Itália e França - estão em queda, enquanto as vendas no mercado brasileiro devem crescer 17,5% este ano, depois de um aumento de 28% no ano passado. O País vendeu 2,4 milhões de veículos em 2007 e projeta 2,9 milhões para 2008.

A nova posição no ranking 'mostra a indústria automobilística brasileira chegando a um papel de relevância mundial', afirma Schneider. 'Estamos chegando aos primeiros lugares do mundo em mercado e em produção, confirmando o potencial que o Brasil tem como economia e como país.'

Schneider ressalta que o crescimento das vendas de carros no País tem a ver com as condições macroeconômicas bem estruturadas, com o índice de confiança do consumidor, com a massa salarial e condições de crédito. Entre os produtores de veículos, em 2007 o Brasil ficou atrás do Japão (11,5 milhões veículos), Estados Unidos (10,7 milhões), China (8,8 milhões), Alemanha (6,2 milhões), Coréia do Sul (4 milhões) e França (3 milhões).

Em consumo interno, o País perde para EUA (17 milhões), China (8,8 milhões), Japão (5,3 milhões), Alemanha (3,4 milhões), Reino Unido (2,8 milhões), Itália (2,7 milhões) e França (2,5 milhões).

O Brasil é o maior mercado da Fiat fora da Itália, responsável por 30% da produção mundial da montadora, que somou 2,234 milhões de unidades em 2007. Desse total, a filial brasileira produziu 717 mil veículos, dos quais pouco mais de 600 mil foram vendidos no País. Líder de vendas, a Fiat respondeu por 25,9% do mercado brasileiro no ano passado.

Para o presidente da Fiat América Latina, Cledorvino Belini, o mercado brasileiro tem muito espaço para crescer. 'Há uma demanda reprimida', diz Belini. 'Temos uma média de oito habitantes por veículo, que ainda é inferior à da Argentina, de cinco habitantes por veículo', argumenta.

Maior fabricante de veículos do mundo, a General Motors Corporation tem no Brasil o seu terceiro maior mercado global, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Com sede em Detroit (EUA), a GM tem fábricas em 35 países.

'Atingimos o recorde de produção de 600 mil veículos no ano passado, com vendas internas de 500 mil unidades', diz José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM do Brasil. Nos EUA, foram vendidos 3,867 milhões de veículos e, na China, 1,032 milhão.

Segundo Pinheiro Neto, as vendas de veículos estão aquecidas por uma série de fatores, a começar pelo aumento do nível de emprego e da renda da população. 'O consumidor brasileiro passou a ter mais dinheiro no bolso e menos risco de perder o emprego, além de melhores condições de financiamento, com prazos de pelo menos 60 meses para pagamento.'

BENS DE SALÁRIO

O País tem subido várias posições no ranking mundial de consumo nos chamados bens de salário, que incluem alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, entre outros. Segundo o instituto de pesquisas americano Euromonitor, responsável pelo levantamento do consumo de cosméticos no mundo, o Brasil subiu da sexta para a terceira posição em apenas dois anos (2005 e 2006), desbancando mercados tradicionais, como França, Alemanha e Inglaterra. O País fica atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão.

'Em 2007, consolidamos nossa posição no ranking', diz João Carlos Basílio da Silva, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).

O faturamento das indústrias do setor no mercado interno atingiu R$ 19,6 bilhões (antes dos impostos), o que representou aumento de 11,5% em relação a 2006.

No setor de refrigerantes, o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor dos produtos Coca-Cola, depois dos Estados Unidos e do México. Em 2007, as vendas no Brasil atingiram 8,53 bilhões de litros, o que representou um aumento de 16% em relação ao ano anterior.

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