Título: Bush critica Chávez por elogio a terrorista
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/03/2008, Internacional, p. A15

Presidente dos EUA diz que desafeto torra dinheiro e quer que Farc sejam reconhecidas como força beligerante

REUTERS, AP, AFP E EFE

O presidente americano, George W. Bush, manifestou-se ontem contra o líder venezuelano, Hugo Chávez, por suas supostas ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ao mesmo tempo em que o acusou de esbanjar o dinheiro do petróleo em sua campanha contra os EUA.

'O presidente da Venezuela elogiou o líder terrorista por ser 'um bom revolucionário'', lamentou Bush em um discurso na Câmara de Comércio Hispânica. O governo venezuelano 'também pediu que as Farc sejam reconhecidas como um exército legítimo e vários altos funcionários se reuniram com as Farc na Venezuela', acrescentou o presidente americano, que acusou Chávez de manter 'um padrão preocupante de comportamento provocador'.

Durante o evento, Bush voltou a pedir a aprovação, este ano, do Tratado de Livre Comércio (TLC) com a Colômbia. Ele disse que o tratado deve ser assinado com Bogotá para reduzir a influência de líderes radicais na região, como Chávez. Também afirmou que a não-aprovação enviaria aos países aliados na América Latina o sinal errado de que os EUA não são um parceiro confiável.

'Enquanto ele (Chávez) tenta expandir sua influência na América Latina, o regime diz estar promovendo a justiça social', disse Bush. 'Mas na verdade, sua agenda não passa de promessas vazias e uma sede de poder.'

'Ele tem esbanjado sua riqueza do petróleo em um esforço de promover uma visão hostil, antiamericana. Isso tem levado seus cidadãos tem a enfrentar escassez de alimentos', acrescentou.

O subsecretário de Estado, Thomas Shannon, disse ontem que o governo americano está estudando a denúncia colombiana de que Chávez tem ligações com as Farc. 'Creio que só podemos dizer que estamos estudando cuidadosamente a informação disponível', disse Shannon, responsável pelos assuntos do Hemisfério Ocidental. 'E temos muito trabalho a fazer.'

Shannon referiu-se às denúncias de Bogotá de que documentos encontrados nos computadores de Raúl Reyes, o número 2 das Farc morto na ofensiva militar colombiana em território equatoriano, no dia 1º, indicavam que Chávez entregou armas ao grupo guerrilheiro e, mais recentemente, US$ 300 milhões, que poderiam ter sido em troca da libertação dos reféns da guerrilha. Uma equipe da Interpol está em Bogotá analisando o conteúdo dos computadores e verificando se nada foi adulterado.

Pouco antes, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, que recebeu pedidos de vários deputados para declarar a Venezuela um Estado que protege o terrorismo, absteve-se de responder diretamente se acreditava que Chávez, um duro crítico dos EUA, tinha ligações com as Farc. Em uma audiência na Câmara, Condoleezza disse que o governo colombiano estava investigando a aparente ligação entre a Venezuela e as Farc e esse trabalho ainda estava incompleto.

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