Título: OEA vê divergência sobre bombardeio
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Fonte: O Estado de São Paulo, 13/03/2008, Internacional, p. A16
Segundo secretário-geral, Equador e Colômbia têm versões diferentes
AP, REUTERS E AFP
O secretário-geral da Organização do Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, disse ontem em Bogotá que há discrepâncias entre as versões da Colômbia e do Equador sobre como ocorreu o ataque contra o acampamento de Raúl Reyes, número 2 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e onde foi o local do disparo. Mas Insulza disse que as discrepâncias não reavivarão uma nova crise entre os dois países.
Ele lidera uma comissão que esteve no Equador e Colômbia esta semana para visitar o local do ataque e colher informações para o relatório que será apresentado no dia 17 na reunião dos chanceleres da OEA, que dará a palavra final sobre a crise.
Insulza reuniu-se pela manhã com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e mais tarde falou à imprensa. O secretário-geral indicou somente que 'os dois governos disseram coisas diferentes sobre o modo como ocorreu o ataque. Verificamos ontem (na terça-feira) com detalhes a versão colombiana. Temos também os argumentos do Equador'.
Insulza também disse que Colômbia e Equador têm espaço para aumentar a cooperação na fronteira binacional e evitar situações que afetem a segurança dos dois países. O governo equatoriano qualificou o ataque como um massacre no qual a soberania de seu país foi violada, enquanto Bogotá o acusou de ter ligações com as Farc.
Segundo documentos encontrados no computador de Reyes, 'as Farc têm oito acampamentos no norte do Equador', publicou ontem o jornal espanhol El País, acrescentando que o grupo rebelde teve ligações políticas 'no mais alto nível' com o governo equatoriano. Um rebelde desmobilizado, identificado como Miguel, disse que 'as Farc são abastecidas por um traficante de armas colombiano a quem os generais equatorianos vendem parte das armas que deveriam ser destruídas'. Segundo ele, propinas são pagas a policiais equatorianos para que deixem os guerrilheiros passar.
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