Título: Para evitar inadimplência, BC reforça fiscalização
Autor: Nakagawa, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/03/2008, Economia, p. B3

Trabalho se concentra no financiamento de veículos; para bancos, instituição nunca foi tão rigorosa

Não é apenas o Ministério da Fazenda que anda preocupado com a evolução do crédito. O Banco Central tem apertado a fiscalização dos bancos, principalmente em relação ao financiamento de veículos. Nas instituições financeiras, a avaliação é que o trabalho do BC nunca foi tão rigoroso. Para o setor, o governo se esforça para evitar problemas com uma eventual disparada da inadimplência.

Nos últimos meses, a atuação dos técnicos do BC é cada vez mais freqüente nos bancos. Esse trabalho tem chamado a atenção em algumas instituições financeiras, que nunca viram a autoridade monetária tão rigorosa.

A preocupação do Banco Central com uma eventual disparada da inadimplência é explicada pela expansão da carteira de crédito de veículos nos últimos meses. No tradicional Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para a compra de carros, o total de empréstimos aumentou 28,7% em 12 meses, chegando a R$ 82,990 bilhões. O salto é ainda maior no leasing, que cresceu 113,1%, para R$ 31,144 bilhões. Os dados do BC se referem a janeiro.

Esse crescimento tem ocorrido junto com o alargamento dos prazos. Atualmente, é possível encontrar financiamento de até 99 meses para a compra de veículos.

ACOMPANHAMENTO

A fiscalização do Banco Central está buscando avaliar a consistência dos contratos e a cobrança de tarifas, como a Taxa de Abertura de Crédito (TAC). ¿A programação de fiscalização é extensa e o crédito é a área que mais preocupa. Por enquanto, não encontramos grandes problemas ou qualquer sinal de crise¿, afirmou ao Estado um dos técnicos que participam dessa fiscalização nos bancos, que pediu para não ser identificado.

O vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), José Arthur Assunção, diz que o ritmo de crescimento do financiamento de veículos tem gerado discussões no setor. O principal tema é o prazo desses contratos. ¿Existe preocupação porque esses prazos têm sido demasiadamente longos. Isso tira a segurança do contrato porque o bem perde valor no período¿, explica.

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