Título: CSA, siderúrgica da Thyssen, recruta funcionários da CSN em Volta Redonda
Autor: Komatsu, Alberto ; Tereza, Irany
Fonte: O Estado de São Paulo, 19/03/2008, Negócios, p. B13

Desde janeiro do ano passado até o início deste mês, o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda homologou 761 rescisões de contratos de trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que optaram por trocar de empresa. A média mensal de demissões e pedidos de dispensa, que historicamente era de 35, saltou, a partir de julho do ano passado, para 90.

Segundo o sindicato, foi quando a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), começou a seduzir a mão-de-obra qualificada da CSN, dobrando salários, em muitos casos. Treinamento na Alemanha e benefícios como bolsas de estudos integrais em faculdades completam o bem-sucedido flerte.

A CSN reconhece que há uma migração de seus funcionários para outras empresas, mas considera ser um ¿movimento normal¿. A diretora de recursos humanos da siderúrgica, Antidia Juncal dos Santos Ribeiro, contesta os números do sindicato. Segundo ela, só são contabilizadas como migração as demissões voluntárias.

Ano passado, Antidia diz que foram 185. De janeiro ao início de março, ela informa que mais 40 funcionários deixaram a CSN rumo a outros empregos. Ao todo, são 16 mil trabalhadores em Volta Redonda.

¿Esse movimento não começou agora. Do mesmo jeito que as outras empresas contratam pessoas da CSN, a gente também contrata profissionais dessas empresas¿, afirma. Ela lembra que a siderúrgica contratou 988 pessoas em 2007 e que, até o início de março, foram admitidas outros 844 empregados.

¿A CSN, para nós, foi uma escola. Mas a CSA nos dá uma perspectiva maior¿, afirma Sandro Larrubia, de 39 anos, contratado para a supervisão dos altos fornos da CSA, que está sendo erguida em Santa Cruz, interior do Rio. O projeto deverá entrar em operação em março de 2009, após investimento de 3 bilhões. A CSA é uma parceria da siderúrgica alemã ThyssenKrupp, com 90% de participação, com a mineradora Vale, com 10%.

O êxodo de Volta Redonda está preocupando o sindicato dos metalúrgicos. O presidente da entidade, Renato Soares Ramos, conta que Volkswagen Caminhões, Petrobrás e Siderúrgica Barra Mansa, da Votorantim, são outros destinos da mão-de-obra qualificada. Segundo Antídia, este ano serão admitidos pela CSN 588 pessoas que estão passando por treinamento. Deste total, 324 funcionários serão da mina Casa de Pedra (MG) e 160 para a usina de Volta Redonda.

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