Título: Cabral e Lula lançam nome no Rio
Autor: Dantas, Pedro
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/03/2008, Nacional, p. A11

Acordo beneficia petista e abala ambições de Eduardo Paes, que trocou o PSDB pelo PMDB para concorrer

Um acordo político entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), provocou uma reviravolta nas eleições municipais da capital fluminense e multiplicou o poder de fogo do pré-candidato petista, o deputado estadual Alessandro Molon. Se vencer a prévia do PT contra o ex-deputado Wladimir Palmeira no próximo domingo, o parlamentar de 36 anos terá o apoio de Lula e Cabral na disputa.

¿Foi uma conversa entre o presidente e o governador que selou o acordo em torno do nome de Molon¿, disse o presidente do PT-RJ, Alberto Cantalice.¿Fiquei sabendo pela imprensa ontem (anteontem) sobre a aliança¿, admitiu Molon, que se reuniu ontem com Cabral, o presidente interino do PMDB no Rio, Jorge Picciani, e o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, aliado do governador escolhido como vice na chapa.

Fontes do Palácio Guanabara ligadas à candidatura de Molon revelaram que Cabral fechou o acordo de olho na vaga de vice na chapa governista nas eleições presidenciais de 2010. A avaliação circula entre colaboradores do programa de governo de Molon, que vem sendo elaborado há seis meses.

Quem perde com a aliança é o secretário de Esportes e Turismo, Eduardo Paes, que trocou o PSDB pelo PMDB com a garantia de Cabral de que concorreria ao cargo. A notícia desagradou ainda ao senador e também pré-candidato Marcelo Crivella (PRB), que agora terá de disputar a presença de Lula no palanque com o petista. ¿O candidato de Lula será Molon, porque é o candidato com o apoio do Cabral, do PMDB e dos principais partidos da base aliada. O senador Crivella continuará sendo um aliado do presidente, mas o candidato que simboliza a aliança (PT-PMDB) é o Molon¿, disse Cantalice.

No PMDB, o ex-governador Anthony Garotinho e o deputado federal Marcelo Itagiba também preparam um documento de protesto contra o acordo. O acerto surpreendeu também petistas, já que Molon foi um dos principais críticos da política de segurança pública de Cabral e ferrenho opositor de Jorge Picciani, que preside a Alerj e defendia a aliança com o DEM. Picciani informou que só vai se pronunciar sobre o tema após a reunião da Executiva do PMDB, na sexta-feira.

Cantalice, que espera 8 mil dos 32 mil filiados do PT na prévia de domingo, disse que o acerto se restringe ao nome de Molon e não deve se repetir se Palmeira for escolhido.

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