Título: Executiva Nacional do PSDB libera alianças até com petistas em todo o País
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/03/2008, Nacional, p. A6

Um dia depois de o Diretório Nacional do PT aprovar uma resolução que dificulta a aliança entre petistas e tucanos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, a Executiva Nacional do PSDB reuniu-se ontem à noite para discutir as eleições municipais e deu apoio ao governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), que patrocina a parceria na capital mineira.

¿O Aécio está pacificando o Estado, como é da tradição da política mineira, e não temos dúvida de que o governador vai garantir bons resultados políticos e eleitorais ao partido¿, resumiu o presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), depois da reunião da Executiva. Nela, a cúpula tucana decidiu não cercear as alianças nos Estados, impondo regras idênticas para todo o País. Afinal, nem em São Paulo os tucanos conseguiram manter a aliança preferencial com o DEM, apesar da tradição de disputarem eleições juntos.

Especificamente, a Executiva resolveu que não vetará acertos com petistas. ¿Preferimos não ter alianças com o PT, mas não há nada que as impeça¿, destacou Guerra. Ele esclareceu, no entanto, que prefere parcerias no campo da oposição.

No caso de Belo Horizonte, segundo o senador, a aliança se dá em torno do candidato do PSB, Márcio Lacerda. ¿O PT fica dividido e mostra insegurança, mas nosso partido não gosta de exercer poder de polícia nem de interferir¿, insistiu, referindo-se à resolução sobre alianças aprovada pelo Diretório Nacional do PT anteontem.

Guerra explicou que o PSDB só vai nacionalizar a eleição ¿em casos extremos¿, em que identificar falta de comando dos partidos responsáveis ou a formação de alianças classificadas como indefensáveis ou esdrúxulas. ¿Teremos uma compreensão ampla e flexível em relação às alianças. Só não vamos admitir que apóiem bandido nem que se juntem a um inimigo declarado do partido.¿

Aécio evitou ontem comentar a resolução do Diretório Nacional do PT, mas o Estado apurou que ele não perdeu a esperança no acordo com Pimentel. O governador já conversou com Lula sobre o assunto e acha que ele ficará neutro no caso.

A aliança em Belo Horizonte, na avaliação de Aécio, é o laboratório de uma forma mais agregadora de fazer política, em oposição ao acirramento da briga entre PT e PSDB em São Paulo. É com esse discurso que ele procura se posicionar na disputa com o colega José Serra pelo posto de candidato do PSDB à Presidência em 2010. COLABOROU EDUARDO KATTAH

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