Título: Lula cobrará lealdade da base para manter força das medidas
Autor: Leal, Leonencio Nossa e Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/03/2008, Nacional, p. A7

Na reunião do conselho político, presidente também quer acabar com as rebeliões entre os governistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrará hoje de presidentes de partidos e líderes da base aliada lealdade na disputa que trava com a oposição para não alterar as regras de tramitação das medidas provisórias. No encontro do conselho político, no Palácio do Planalto, ele pedirá explicações sobre a aliança momentânea de parlamentares governistas com opositores para obstruir a pauta de votações e impedir a análise de MPs enviadas pelo governo.

Enquanto tenta derrubar a proposta que enfraquece as medidas provisórias, o Planalto quer acabar com rebeliões na base aliada. É o caso da bancada do PR, partido aliado, que decidiu ajudar a oposição a trancar a pauta para exigir que o deputado Sandro Mabel (GO) seja indicado relator da comissão especial da reforma tributária. O PT insiste no nome do deputado Antonio Palocci (SP). Setores do PMDB também disputam a vaga.

Durante todo o dia, Lula terá reuniões para discutir as mudanças nas regras de tramitação das medidas provisórias. Ele debaterá o assunto na reunião da manhã da coordenação política, no encontro com os presidentes de partidos, logo depois, e numa terceira, no início da noite, com o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e líderes aliados.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deverá despachar boa parte do dia no Planalto. Ele tentará agilizar a análise e os ajustes do texto da proposta orçamentária de 2008. Lula quer sancionar o mais breve possível a proposta, o que deve ocorrer hoje ou amanhã, segundo assessores.

A sanção rápida do Orçamento, na análise do governo, dispensará o envio ao Legislativo de uma série de medidas provisórias. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), adiantou ontem o que o presidente apresentará à base aliada hoje. ¿O governo quer que as medidas provisórias continuem sendo instrumentos de governabilidade. É isso que dirá, sem cobranças.¿

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