Título: Avaliação positiva do governo vai a 58% e bate recorde na era Lula
Autor: Scarance, Guilherme
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/03/2008, Nacional, p. A4

Segundo pesquisa CNI/Ibope, 68% dos entrevistados declaram confiar no presidente, ante desconfiança de 28%

Na última rodada da pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, a avaliação positiva do governo bateu o recorde dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - 58% dos 2.002 entrevistados consideram-no ótimo ou bom. Na pesquisa anterior, de dezembro de 2007, o índice já havia atingido 51%, patamar só alcançado em março de 2003, três meses após a posse. O levantamento aponta outros números positivos para o Palácio do Planalto e sugere a influência da economia na alta popularidade do presidente.

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O índice de avaliação regular recuou 1 ponto porcentual, ficando em 30%, e o de ruim/péssimo caiu de 17% para 11%. Analisando a série histórica, a avaliação mais baixa do governo, de 29%, coincide com o início de 2004 - quando Lula foi alvejado pelo não-cumprimento de algumas promessas de campanha, como aumento maior do salário mínimo - e setembro e dezembro de 2005, graças ao desgaste com o caso do mensalão.

Agora, o cenário é oposto e até a nota média atribuída ao governo bateu recorde, ficando em 7,1. Em outro gráfico, a aprovação ao governo subiu de 65% para 73%. E a desaprovação caiu de 30% para 22%.

De modo similar, 68% - em dezembro eram 60% - declararam confiar no presidente. Só 28% (antes eram 35%) não confiam. O Ibope ouviu eleitores em 141 municípios, entre os dias 19 e 23 de março. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais.

ECONOMIA

O instituto revelou, também, o otimismo com a economia. A aprovação às ações de combate ao desemprego atingiu 55% - índice mais alto de todos os levantamentos desde a chegada de Lula à Presidência. A desaprovação é de 41%. Além disso, pela primeira vez desde dezembro de 2006 a porcentagem daqueles que acreditam no aumento da própria renda supera a dos que não acreditam - 42% a 40%. Para 14%, a renda diminuirá.

Quando indagados sobre notícias veiculadas sobre o governo, 30% apontaram para itens relacionados a temas econômicos, como o aumento do salário mínimo, para R$ 415. Ainda segundo o levantamento, 81% dos entrevistados avaliam positivamente o ano de 2008. Na pesquisa anterior eram 79%.

A pesquisa O Observador Brasil 2008, da financeira francesa Cetelem e do instituto Ipsos Public Affairs, publicada anteontem pelo Estado, indica que a classe C já representa a maior fatia da população. Em 2007, 46% dos brasileiros pertenciam a essa camada, ante 36% e 34%, em 2006 e 2005. Esse estrato hoje totaliza 86,2 milhões de pessoas, com renda média familiar de R$ 1.062.

INFLAÇÃO

Nem tudo, porém, é motivo de comemoração. Para 51% das pessoas entrevistadas pelo Ibope, a inflação aumentará nos próximos seis meses. Outros 15% dizem que ela vai ceder e 27% acham que nada mudará.

No quesito segurança, os resultados não foram favoráveis - 56% criticam a ação do governo no setor. Voltando à economia, a taxa de juros também não agrada à maioria: 53% desaprovam a política para o setor.

Na pesquisa espontânea sobre os principais fatos noticiados relativamente à gestão petista, 16% apontaram para os gastos irregulares com cartão corporativo e para o novo valor do mínimo. Também chamaram a atenção as viagens do presidente (8% dos entrevistados), a reação ao tratamento dado aos brasileiros na Espanha (5%) e a participação do País nas negociações para encerrar a crise diplomática entre o Equador e a Colômbia (5%).

Ao avaliar o noticiário nas emissoras de TV, nos rádios e nos jornais relativo ao governo do presidente Lula, 32% dos entrevistados disseram que ele não é nem favorável nem desfavorável ao Planalto.

Para 27%, a maioria das notícias é favorável ao governo, mas 23% disseram ser desfavorável. Outros 18% não souberam responder à questão ou não quiseram opinar.

LEGISLATIVO

Em situação oposta, o Legislativo aparece com popularidade em baixa - 61% disseram não confiar no Congresso. É a pior avaliação das instituições do País, de acordo com o Ibope.

O governo conta com a confiança de 59% dos entrevistados e a desconfiança de 39%. No topo do ranking estão as Forças Armadas, com a confiança de 74% dos brasileiros.

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