Título: Estão destilando ódio, diz Lula
Autor: Rodrigues, Ricardo ; Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2008, Nacional, p. A6
Para ele, sua popularidade deixa oposicionistas furiosos
Em discurso exaltado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o PSDB e o DEM e disse que a oposição está ¿destilando ódio¿ no Senado Federal. ¿Eles estão destilando ódio, coisa que, mesmo quando eu era líder sindical, não conseguia fazer, não destilava ódio deste jeito¿, disse Lula.
De cima de um palanque, na cidade de Delmiro Gouveia, a 330 quilômetros de Maceió (AL), o presidente disse ainda que os que destilam o ódio devem ¿ter ficado furiosos¿ com o resultado da pesquisa CNI/Ibope, que foi divulgada anteontem e apontou um novo recorde na avaliação positiva de seu governo, em 58%.
¿Vocês não precisam aceitar que as denúncias dos nossos adversários virem verdades absolutas. É preciso saber quem está acusando quem¿, completou.
O presidente falou da dificuldade de aprovar projetos no Senado por causa do embate com a oposição. ¿É importante lembrar que meu partido (PT) só tem 14 senadores, e o Senado tem 81 e pra eu aprovar qualquer coisa preciso de 41 senadores. E estão lá, nossos amigos do PSDB, que trabalharam de forma civilizada, e o PFL, que tiveram tanta vergonha que mudaram o nome para DEM.¿
Lula defendeu também o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou ao cargo no ano passado após ser acusado, entre outras coisas, de ter despesas pessoais pagas por lobista. ¿Quero lembrar que o companheiro Renan ajudou o presidente¿, disse Lula, aplaudido inclusive por Renan, que estava presente.
Na ocasião, Lula evitou referências diretas à existência ou não de um dossiê elaborado no âmbito da Casa Civil com informações sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas desfiou ataques às elites e a adversários. ¿Se esse país tivesse tido governantes comprometidos com o povo seria muito mais justo e muito menos desigual.¿
Ao alfinetar a oposição, acrescentou que ¿é preciso fazer política sem partidarizar as decisões¿. Depois, voltou a dizer que seu Programa de Aceleração do Crescimento beneficiará tanto aliados como oposicionistas. ¿Dizem que o PAC é político, mas não podem dizer que é partidário, porque o governador de São Paulo é o tucano José Serra, e no entanto o estado será contemplado com R$ 8 bilhões do PAC.¿
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