Título: Franklin pede a Carvalho mobilização dos líderes
Autor: Rodrigues, Ricardo ; Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/03/2008, Nacional, p. A6

Passava das 12h30 quando o telefone tocou na sala do chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, no terceiro andar do Palácio do Planalto. Do outro lado da linha, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, mostrava preocupação. ¿Gilberto, a oposição está agora no plenário do Senado batendo na Dilma e não tem nenhum líder do governo nem do PT lá para defender¿, disse ele, numa referência à ministra da Casa Civil.

Carvalho estranhou a ausência da tropa de choque governista. ¿Mas não tem ninguém nosso lá?¿, perguntou. Diante da negativa de Franklin, ele prometeu tomar providências: ¿Pode deixar, vou ver isso e dar um puxão de orelha neles.¿ Pouco antes do telefonema de Franklin, senadores do PSDB e do DEM revezavam-se na tribuna e nas críticas a Dilma, insistindo na presença da ministra na CPI dos Cartões para explicar a produção do dossiê contra o governo Fernando Henrique. ¿Deus permita que a ministra tenha uma explicação convincente¿, bradou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). ¿Estou cansado de bodes expiatórios e não gosto de atitudes covardes. Sou avesso à covardia.¿

Num dos apartes, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que Dilma não podia mais adiar sua ida ao Congresso. ¿Deveria comunicar à Presidência da Casa que estaria aqui, na segunda-feira, para prestar os esclarecimentos¿, aconselhou.

Depois de uma sucessão de estocadas de tucanos e integrantes do DEM, Heráclito adotou tom irônico para concluir que Dilma era vítima de uma ¿frigideira com banha bem quente¿, para queimar suas ¿pretensões¿ de concorrer à sucessão de Lula, em 2010. ¿Naturalmente, e não necessariamente, a queimação sai de dentro do próprio Palácio do Planalto¿, apostou. Para Heráclito, a banha quente também pode estar ¿nos prédios bem próximos e nas suas cercanias¿. Mais irritado, o senador Mão Santa (PMDB-PI) não poupou ataques a Dilma. ¿Este governo é de mentira. E a ¿mãe do PAC¿ é a mãe da mentira¿, gritou.

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