Título: Confiança do consumidor despenca nos Estados Unidos
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/03/2008, Economia, p. B15

Indicador geral cai 10 pontos em um mês, mas índice que mede expectativas atinge o pior nível em 35 anos

Nova York

O Índice de Confiança do Consumidor e seus derivados despencaram nos Estados Unidos em março. O indicador geral atingiu 64,5 pontos no mês, ante 76,4 pontos em fevereiro. O índice que mede somente as expectativas cedeu para 47,9 pontos em março, de 58 pontos em fevereiro - o número mais baixo em 35 anos. O subíndice de situação presente recuou de 104 para 89,2 pontos.

¿A confiança dos consumidores em relação à situação da economia continua a deteriorar-se e o índice permanece na mínima em cinco anos¿, disse a diretora do centro de pesquisas do Conference Board, Lynn Franco. A entidade é a responsável pelo levantamento. ¿A queda no índice de situação presente indica que o ritmo de expansão nos últimos meses desacelerou ainda mais.¿

Segundo ela, olhando para a frente, o índice de perspectiva dos consumidores para as condições de negócios, para o mercado de trabalho e para suas perspectivas de renda mostra-se ¿bastante pessimista, sugerindo possibilidade de enfraquecimento maior no horizonte¿.

O relatório mostrou, ainda, que 25,4% dos entrevistados consideram que as condições para os negócios são ruins, acima dos 21,3% de fevereiro. Aqueles que acreditam que as condições para os negócios são boas recuaram de 19,1% para 15,4%.

A avaliação dos consumidores em relação ao mercado de trabalho também piorou, com 25,1% dizendo ser ¿difícil conseguir¿ um emprego em março, ante 23,4% em fevereiro. O porcentual dos que acreditam haver ¿ampla disponibilidade¿ de empregos caiu para 18,8% em fevereiro, de 21,5% em janeiro.

A expectativa dos consumidores americanos no curto prazo também se deteriorou. O porcentual dos que esperam piora nas condições dos negócios nos próximos seis meses subiu de 21,65 para 25,4%. Segundo analistas, o relatório evidencia o ¿estado sombrio¿ da confiança dos consumidores. ¿O relatório aumenta a probabilidade de que a economia dos EUA já esteja em recessão e indica temores de um declínio significativo e prolongado¿, afirmou o economista-sênior do Bank of America, Peter Kretzmer.

¿Desde 1994, um nível tão baixo (do índice Conference Board) só havia sido registrado na guerra no Iraque, em 2003¿, lembrou o economista Jean-Marc Lucas, do BNP Paribas. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS COM NALU FERNANDES

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