Título: BNDES quer agilidade em grandes empréstimos
Autor: Komatsu, Alberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/04/2008, Economia, p. B8

Para presidente do banco, empresas com grau de investimento deverão receber recursos com mais rapidez como parte da nova política industrial

O papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na política industrial será o de imprimir mais velocidade e agilidade no processo de liberação de empréstimos a grandes grupos empresariais, informou ontem o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo ele, o banco quer intensificar políticas já em operação, com condições diferenciadas para empresas com classificação de risco no padrão de grau de investimento, a exemplo dos R$ 7,2 bilhões anunciados na terça-feira para investimentos da Vale.

Quando a liquidez de uma empresa já é conhecida pelo BNDES, Coutinho disse não haver necessidade de analisar ¿projeto a projeto¿. Conferir mais agilidade a esses casos, segundo ele, integrará a política industrial. ¿Eficiência, rapidez e fluidez aos programas de investimento. Então isso, na verdade, faz parte da política (industrial)? Faz, na medida em que o banco já vem praticando isso, que ajuda para que o processo de apoio ao investimento produtivo seja mais ágil e dê mais segurança às empresas.¿

A idéia, diz Coutinho, é dar mais apoio ao investimento produtivo nas regiões menos desenvolvidas do País, em áreas prioritárias para a infra-estrutura, como energia elétrica, e para o aumento de capacidade produtiva. De acordo com o executivo, o objetivo do BNDES é dar prioridade a empréstimos para projetos de inovação, com custos menores.

¿Criação de infra-estrutura e criação de capacidade industrial nova é prioridade. E queremos ser mais ágeis. Uma das maneiras de ser mais ágil, no caso desses grandes projetos, que são consistentes e o banco já conhece há muitos anos, é ter uma linha de crédito desse tipo (com custos menores)¿, disse Coutinho, que participou do seminário ¿Trabalho, empreendedorismo e autonomia da mulher¿, realizado na sede do banco, em que foi debatida também a questão do microcrédito.

O BNDES estima que o universo de pequenos empreendedores que contam com microcrédito, atualmente em cerca de 700 mil, possa saltar para 5 milhões nos próximos cinco anos. O diretor da área de inclusão social e crédito do BNDES, Elvio Gaspar, diz que esse objetivo deverá ser alcançado por meio de parcerias em negociação com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), que receberiam os recursos do banco e os repassariam.

Atualmente, segundo Gaspar, o BNDES já chegou ao teto de sua carteira para pequenos empreendedores, batizada de microcrédito produtivo orientado. Segundo o executivo, R$ 80 milhões já foram desembolsados para cerca de 80 mil empresários de pequeno porte.

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