Título: Tarso admite PF no caso, se autoridade pedir
Autor: Rodrigues, Alexandre
Fonte: O Estado de São Paulo, 05/04/2008, Nacional, p. A7

Ministro ressalta que foco dever ser vazamento de documentos sigilosos e não se há dossiê

Alexandre Rodrigues

O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que a Polícia Federal poderá investigar o vazamento do dossiê com informações sigilosas sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, desde que isso seja requisitado pelo Ministério Público, pela ministra Dilma Rousseff ou pela própria CPI dos Cartões. Tarso disse que só havia se manifestado contra a utilização da PF se a finalidade fosse determinar se o conjunto de dados é ou não um dossiê com o objetivo de intimidar a oposição.

¿O que está sendo investigado na Casa Civil é o vazamento de documentos com informações reservadas a respeito de outras administrações. Isso é um fato determinado. Dossiê não é fato determinado, dossiê é conceito. Se é dossiê ou não, é um juízo político. E o Ministério da Justiça não emite opinião¿, afirmou Tarso, depois de participar, pela manhã, do lançamento da Caravana da Anistia na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). E ressaltou: ¿Se alguma autoridade, em algum momento, pedir para investigar e fundamentar esse pedido, obviamente a PF vai investigar. Seja a pedido do procurador, seja a pedido da ministra da Casa Civil, que está fazendo a investigação, seja a pedido da própria CPI¿. No fim do dia, em Brasília, o deputado Raul Jungmann protocolou um pedido para que a PF entrasse no caso.

A respeito da convocação de Dilma para prestar esclarecimentos sobre o assunto no Congresso, Tarso afirmou que ela só deveria ser chamada depois de concluída a sindicância interna que abriu na Casa Civil para apurar o vazamento. ¿A ministra é investigante. Para prestar qualquer informação, ela tem de terminar a investigação¿, afirmou.

Por outro lado, o ministro tentou amenizar a cobrança feita na véspera ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR) - que disse ter recebido o dossiê antes da divulgação na imprensa - para que explicasse a origem do documento. Tarso afirmou que Dias não tem obrigação de fazer isso, mas pode colaborar para esclarecer a origem dos dados.

¿Quando mencionei que seria importante que ele dissesse de onde é que vem, não estou dizendo que ele tem obrigação. Ele é parlamentar, diz se quiser, está abrigado em seu mandato¿, afirmou. ¿Não fiz um juízo político sobre a conduta de qualquer parlamentar. Disse e repito: se ele tem uma informação, seria bom que colaborasse com a CPI.¿

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