Título: Petrobrás reajusta gás da Bolívia em 10%
Autor: Bahnemann, Wellington
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/04/2008, Economia, p. B3

Alta, que se deve à disparada das cotações do petróleo, vale para as distribuidoras e não deve chegar ao consumidor imediatamente

A recente alta do preço do petróleo, que ultrapassou a casa do US$ 100 o barril no início do ano, puxa para cima os preços do gás natural no mercado brasileiro. Segundo fonte próxima das concessionárias de gás canalizado, a Petrobrás reajustou em quase 10%, para US$ 7,80 por milhão de BTU, o preço do gás boliviano comercializado para as distribuidoras em abril. No primeiro trimestre do ano, o preço praticado pela estatal era de US$ 7,1 por milhão de BTU.

O gás boliviano é reajustado trimestralmente pela Petrobrás. A fórmula adotada pela estatal para reajustar o insumo importado da Bolívia é composta pelo custo do transporte e pelo valor da commodity, que é atrelado a uma cesta de óleos combustíveis no mercado internacional. É esse fator que torna o preço do gás natural sensível às oscilações do petróleo.

De acordo com a mesma fonte, o preço do gás natural nacional também sofreu reajuste em abril e agora custa cerca de US$ 10 por milhão de BTU. Vale ressaltar que esse é o valor cheio do preço do insumo, já que os novos contratos de suprimento entre a Petrobrás e algumas concessionárias, como Bahiagás e Comgás, firmados no fim do ano passado, prevêem que os reajustes do gás nacional sejam diluídos ao longo dos próximos dois anos.

¿Considerando o valor do gás nacional em reais, que é efetivamente aquilo que o consumidor paga, o preço atual do insumo está 60% mais caro do que no mesmo período do ano passado¿, comentou a fonte. Esse forte crescimento no valor do produto decorre da aplicação da nova fórmula de preços da Petrobrás para o gás nacional, que leva em conta os investimentos praticados pela estatal para ampliar a oferta do insumo no mercado brasileiro.

¿Só que isso é algo discutível porque esse gás ainda não existe. Não se paga por algo antes de existir. Só agora está chegando o gás do Espírito Santo, mas que será consumido nas térmicas no Rio de Janeiro. Na prática, o consumidor financia a ampliação da oferta de gás no País¿, apontou a fonte.

Apesar do aumento do preço do gás nacional e boliviano, isso não significa que os reajustes chegarão ao consumidor imediatamente, já que o repasse é uma decisão exclusiva das concessionárias. No caso de São Paulo, a data-base para reajustes da Comgás e da Gás Natural São Paulo Sul é em maio de cada ano.

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