Título: Para Aécio, parceria PSDB-PMDB está próxima
Autor: Samarco, Christiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/04/2008, Nacional, p. A10

Governador é recepcionado pela cúpula peemedebista no Congresso durante inauguração de painel de fotos

Convidado a inaugurar um painel fotográfico das grandes personalidades do PMDB, como o avô Tancredo, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), foi recepcionado pela cúpula do PMDB - como o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), e o senador José Sarney (AP) - logo na entrada principal do Congresso ontem à noite. Mas antes de fazer a alegria do PMDB, ao prever uma parceria ¿num futuro muito próximo¿, desfilou seu melhor estilo de fazer política. Desvencilhou-se dos afagos de peemedebistas ilustres, como o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), e deu ¿uma passadinha rápida¿ na liderança de seu PSDB.

¿Não poderia chegar à liderança do PMDB sem antes passar aqui na minha casa¿, disse Aécio a pouco mais de três dezenas de tucanos que se espremiam na sala do líder na Câmara, José Aníbal (SP), para abraçar e tirar fotos ao lado do governador. Pouco antes, ele afirmara que estava ¿muito confortável no PSDB¿, mas que não escondia ter suas ¿amizades no PMDB¿. ¿E acho que o PSDB e o PMDB têm todas as condições de buscar a construção de um projeto comum.¿

Dez minutos depois, diante de uma platéia peemedebista, foi ainda mais explícito: ¿Não vejo como, num futuro muito próximo, não estaremos juntos, construindo um grande projeto para o País, sem ódios e sem rancores¿. Foi o suficiente para fazer o ministro Hélio Costa (Comunicações) e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), rirem satisfeitos.

Sobre Sarney, disse: ¿Sintetiza a lealdade, foi um estadista e absolutamente leal a todos os compromissos assumidos por Tancredo¿.

UNIDADE

Saudado pela presidente da CPI dos Cartões mista, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), Aécio destacou que era ali que o partido mostrava sua cara e sua força. ¿Há o momento da disputa, mas a unidade da bancada é nosso maior patrimônio¿, afirmou, em referência velada à briga pela liderança, em que o governador paulista José Serra apoiou outro candidato e perdeu.

A despedida dos tucanos deu-se em meio a saudações ¿a nosso candidato¿ em 2010. ¿Contem comigo em todos os momentos porque o Brasil vai precisar da nossa força e da nossa garra¿, disse.

Antes da passagem pela liderança tucana, ele já havia desmentido a intenção de mudar para o PMDB. Ao final da cerimônia com os peemedebistas, Aécio enfatizou seu gosto pelo diálogo e construção do consenso. ¿Vou estar muito no Congresso, conversando inclusive com outras lideranças de outros partidos.¿

Além de Aécio, o PMDB contou, na solenidade, com a presença do presidente da Câmara, deputado petista Arlindo Chinaglia (SP), que fez um agrado e uma promessa: ¿O PMDB foi fundamental para a redemocratização e decisivo na minha eleição para presidente. A depender do meu voto e do voto do PT, o próximo presidente da Câmara será do PMDB¿.

Do Congresso, Aécio seguiu para um jantar com líderes do PMDB a convite de Hélio Costa, com quem está se recompondo depois de fechar uma aliança com o PT mineiro. Costa atende, assim, aos apelos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo entendimento e o diálogo entre os aliados. Em tempos de CPI dos Cartões, tudo o que o Planalto não quer é criar problema com o maior partido da base governista no Congresso.

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