Título: Lobão nega alta de combustíveis
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/04/2008, Economia, p. B8

Segundo ele, `não há reunião agendada¿ sobre reajuste

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que a perspectiva de aumento dos preços da gasolina e do óleo diesel é ¿uma questão que não está sendo vista no momento em termos técnicos no governo¿. Alinhado com o discurso que vem sendo repetido pelos executivos da Petrobrás, ele afirmou que a estatal estuda o assunto, ¿mas não há nenhuma reunião agendada no governo para discutir isso¿.

Desde setembro de 2005, os dois combustíveis não são reajustados no Brasil, apesar de o preço do barril de petróleo no mercado internacional ter saltado dos US$ 60, na época, para acima de US$ 110 hoje. A Petrobrás costuma repetir que não tem intenção de passar a volatilidade dos preços para os dois combustíveis e que ainda não há um patamar definido nos preços do petróleo no mercado internacional. Outra resposta padrão da empresa para esse questionamento é que a desvalorização do dólar frente ao real compensou diferenças que poderiam ter ocorrido nos preços.

O principal questionamento sobre o repasse dos preços dos combustíveis vem dos analistas de mercado, que apontam que a companhia poderia apresentar um lucro melhor caso tivesse repassado a alta aos dois produtos, gasolina e diesel, que correspondem a 60% de seu faturamento.

Indagado se o fato estaria prejudicando o lucro da Petrobrás, Lobão disse que os resultados da companhia têm impacto também da eficiência e de tributos. ¿Não podemos perder de vista que a Petrobrás paga 66% de tributos do que vende e o lucro não vem só do preço do combustível, mas da eficiência.¿

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, minimizou a queda na produção na empresa, que vem sendo verificada nos últimos três meses, depois de a estatal ter atingido a máxima de 2 milhões de barris por dia no fim do ano passado. ¿Houve uma queda mínima nos últimos meses por conta de paradas programadas em plataformas, que foram compensadas com a entrada de novas unidades. Ainda assim, estamos com uma produção acima da de um ano atrás.¿

Ele lembrou que a estatal terá neste ano o reflexo das plataformas que entraram em operação em 2007 e ainda não atingiram sua capacidade máxima de produção. ¿No ano passado, entraram cinco unidades que acrescentaram 540 mil barris à produção da empresa¿, ressaltou Gabrielli.

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