Título: Lula pede estudo sobre crise de alimentos
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/04/2008, Economia, p. B1

O governo brasileiro quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) faça um estudo detalhado sobre a situação da crise de alimentos no mundo e de seus motivos.

O objetivo foi interpretado pela ONU como uma tentativa de garantir um documento que prove, de forma definitiva, que o etanol não é o culpado pela alta nos preços das commodities e desfazer as críticas contra o carro-chefe da diplomacia brasileira: o biocombustível.

Ontem, em conversa de uma hora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a aprovação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para a expansão dos programas de etanol. Já Ban pediu o apoio do presidente brasileiro para a realização de uma cúpula de chefes de Estado para tratar da crise.

¿O etanol não é o culpado¿, afirmou Ban ao Estado ao deixar a reunião com Lula. Diante dessa posição do secretário-geral da ONU, Lula aproveitou para insistir por um estudo detalhado que mostre quem são os responsáveis.

O presidente ainda convidou Ban para uma conferência internacional que o Brasil vai realizar em novembro para debater o futuro do etanol.

Para lidar com a crise imediata, a ONU anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai estudar não apenas o pedido do Brasil, mas também como garantir a segurança alimentar, produtividade agrícola, a utilização de terras e mecanismos de financiamento. ¿Temos todo o apoio do Brasil para atuar¿, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.

Ban ainda trabalha nos bastidores para a convocação de uma cúpula e, assim, garantir apoio a suas idéias.

¿Peço aos líderes da comunidade internacional que sentem juntos e dêem ao tema total atenção. O mundo precisa tomar medidas urgentes¿, apelou o secretário-geral.

A preocupação de Ban é que a crise no setor de alimentos possa desencadear outras crises, até mesmo de segurança internacional.

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