Título: Alckmin reage à ala serrista e se diz candidato
Autor: Brandt, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2008, Nacional, p. A7

Anúncio oficial da pré-candidatura será feito pelo PSDB em 5 de maio

Horas depois de um ato de tucanos serristas em favor da reeleição do prefeito Gilberto Kassab (DEM), o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou-se ontem, pela primeira vez, candidato à Prefeitura de São Paulo. Alckmin discursou para simpatizantes após a Executiva Municipal do PSDB decidir que no dia 5 de maio a pré-candidatura será lançada oficialmente.

¿O PSDB sempre teve candidato em São Paulo. Aprendi que, na política, a gente deve seguir os ideais de uma vida, não as conveniências de momento¿, afirmou o ex-governador, numa crítica direta à ala do partido que pressionou por sua desistência e por uma aliança com Kassab. ¿Nem tenho o direito de fazer, em nome da base, esse tipo de acordo¿, disse Alckmin, aclamado por mais de 300 integrantes do partido.

O ex-governador disse também estar ¿certo¿ de que receberá o apoio do governador José Serra assim que o PSDB oficializar sua pré-candidatura. Declarando-se ¿muito zen e tranqüilo¿, Alckmin, depois de discursar, partiu para o primeiro corpo-a-corpo em uma padaria no centro da cidade. ¿É a primeira (ação) de muitas que faremos com essa campanha que começa agora¿, afirmou o deputado Edson Aparecido.

Enquanto isso, na zona leste da cidade, tucanos favoráveis à entrada do PSDB na coligação pró-Kassab, que ganhou o reforço do PMDB na semana passada, organizaram um ato para rechaçar a candidatura própria.

O movimento contou com políticos ligados diretamente a Serra, como o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman.

Reunidos na sede da Associação de Amigos do Bairro de Ermelino Matarazzo, eles lançaram um documento intitulado Juntos pela aliança até a vitória.

Antes de saber que Alckmin havia se lançado candidato, Feldman afirmou que o documento poderia ser sintetizado em cinco tópicos: 1) defesa da candidatura de Alckmin ao governo do Estado em 2010; 2) defesa da manutenção da aliança PSDB-DEM na cidade de São Paulo; 3) apoio a Kassab prefeito em 2008; 4) direito a indicação de um vice do PSDB na chapa do prefeito, e 5) apoio a Serra candidato à Presidência da República em 2010.

Feldman negou ontem que pretenda lançar sua pré-candidatura à prefeitura como forma de obrigar o partido a definir no voto o candidato tucano na sucessão paulistana.