Título: Lula já se convenceu de que o aumento da gasolina é inevitável
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2008, Economia, p. B5

Sem confirmar o reajuste, Lobão diz que seria `imperceptível¿ na bomba

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencido de que o aumento do preço da gasolina é inevitável. A decisão sobre quanto e quando isso ocorrerá, no entanto, ainda não estava tomada até o início da noite de ontem. Mas o presidente, em conversas com auxiliares, já reconheceu que, depois de 31 meses sem alterações no preço, ¿é razoável¿ que haja reajuste dos combustíveis.

Hoje o presidente Lula deverá tratar do assunto com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que já ocupou a pasta de Minas e Energia, e com o ministro Edison Lobão, atual titular do ministério. Oficialmente, a agenda de Lula não registra a presença do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. No entanto, Gabrielli, que será condecorado pelo Ministério das Relações Exteriores, passará o dia em Brasília em ¿stand by¿, segundo assessores.

No Palácio do Planalto, assessores do presidente lembram que o último reajuste dos combustíveis ocorreu quando o barril do petróleo estava na casa dos US$ 30. Hoje, já ultrapassa US$ 120 dólares. ¿Ninguém gosta de aumentar nada¿, comentou um ministro, justificando, em seguida, que também não se pode manter o preço defasado como está agora. A principal peocupação é com o impacto que o aumento terá na inflação. Afinal, a demanda está aquecida e já fez o Banco Central (BC) elevar a taxa básica de juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Os dados recebidos pelo governo indicam que o impacto do reajuste da gasolina na inflação não será tão grande quanto se pensa. ¿É muito menos do que se fala¿, atestou um auxiliar do presidente. Ele reiterou que o que tiver de ser feito em relação a esse assunto será feito, porque o governo não poderá ficar represando um reajuste eternamente. Na opinião deste auxiliar, já que o reajuste é inevitável, é melhor que seja feito logo, para evitar maiores polêmicas e especulações.

O ministro Edison Lobão disse ontem que, se a Petrobrás realmente decidir elevar o preço do petróleo nas refinarias ¿não haverá aumento perceptível no preço do combustível na bomba¿. Lobão passou a tarde em Florianópolis, e falou à imprensa durante a posse da diretoria da Eletrosul, empresa do grupo Eletrobrás, responsável pela distribuição de energia nos três Estados da Região Sul e em Mato Grosso do Sul.

O ministro não confirmou o reajuste, embora tenha dito que a Petrobrás está perdendo fôlego no mercado interno, prejudicada pela constante alta do petróleo no mercado internacional. ¿Se houver reajuste, será estabelecido nesta semana¿, disse Lobão, sem se manifestar em relação aos 5% especulados.

Lobão falou novamente sobre a situação da Eletropaulo, mas não apresentou medidas concretas. De acordo com o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, a rede de distribuição da capital paulista apresenta um defeito a cada 500 metros na linha de distribuição. ¿Técnicos do Ministério de Minas e Energia e do governo do Estado estão trabalhando em conjunto para tomar todas as providências necessárias em relação à Eletropaulo.¿

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