Título: Aviação deve crescer 9% ao ano por duas décadas , diz TAM
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Fonte: O Estado de São Paulo, 25/04/2008, Negócios, p. B14

Empresa descarta aumentar tarifas para compensar alta do petróleo e quer investir no aeroporto de Viracopos

O presidente da TAM, David Barioni Neto, afirmou ontem que a companhia tem como meta alcançar um crescimento de mais de 50% em sua receita bruta no prazo de cinco anos. Para o lucro operacional, a previsão da empresa é triplicar o resultado no mesmo período.

Segundo o executivo - que fez uma palestra na Câmara Britânica de Comércio e Indústria -, as projeções estão baseadas na expectativa de crescimento do mercado doméstico de aviação de 9% ao ano, nos próximos 20 anos.

Neste cenário, Barioni estima que a empresa transportará 250 milhões de passageiros em 2027. No ano passado, a TAM transportou 48 milhões de passageiros.

Além do crescimento do mercado, a TAM quer investir na construção de um terminal de passageiros para o aeroporto de Viracopos, em Campinas.

Segundo Barioni, sua participação poderá ser feita 'com outras companhias aéreas, com bancos ou com investidores'.

Ele disse, entretanto, que 'faria mais sentido que fosse um investimento das companhias aéreas'. As conversas já começaram no Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), mas as empresas ainda 'estão analisando o conceito'.

Barioni afirmou ainda que dificilmente a empresa conseguirá repassar para as tarifas de vôos domésticos a alta dos combustíveis. 'Não vemos possibilidade de aumentar os preços no mercado doméstico, porque a competição está muito forte', afirmou. 'Todo dia, quando vejo o preço do petróleo, eu me assusto.' A empresa tem buscado outras maneiras de compensar o aumento do combustível.

A entrada no Brasil da nova companhia aérea, de David Neeleman,criador da americana JetBlue, 'não será nada fácil', avaliou Barioni. Para o executivo, o Brasil é um mercado de volume, 'por isso muitas empresas que não tiveram escalas para operar nesse cenário não conseguiram se manter'.

Barioni disse que 70% do movimento de passageiros no Brasil passa por dez aeroportos e a nova empresa não conseguirá crescer se não operar nesses terminais.

BETH MOREIRA, COM REUTERS

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