Título: Bolsa lidera investimentos com alta de 11,32% em abril
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/05/2008, Economia, p. B5
Ações são também a melhor aplicação no ano, com valorização de 6,23%, ante inflação de 3,09%
As ações foram o melhor investimento em abril, com a variação de 11,32% apresentada pelo índice da Bolsa paulista. O resultado poderia ter ficado em cerca de 6% de alta, não fosse a concessão ontem do grau de investimento à dívida de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil pela agência classificadora de risco Standard&Poor¿s e o corte do juro americano para 2% ao ano, que puxaram as cotações. No ano, a Bolsa também lidera o ranking das aplicações, com alta de 6,23%.
Em segundo lugar no ranking dos investimentos de abril vieram os fundos de renda fixa, com rendimento médio líquido de 0,73%, seguidos pelos CDBs emitidos com valores acima de R$ 100 mil, que pagaram em média 0,71% líquido no mês. O ouro foi o pior investimento em abril - a cotação caiu 9,71%. O dólar também fechou o mês em queda, que chegou a 5,13% no segmento comercial.
Até o meio da tarde de ontem, antes da divulgação da concessão do grau de investimento e do corte de juro nos EUA, a Bolsa vinha subindo no dia 1,5%. Após, as cotações dispararam, acumulando alta de 6,33%, a maior variação diária desde 17 de outubro de 2002.
O grau de investimento traz boas perspectivas para o investidor em Bolsa, porque deve atrair mais capital externo e interno, segundo especialistas. ¿O Brasil agora é uma bola um pouco maior no radar do investidor estrangeiro¿, explica o economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira. ¿E esse reconhecimento incentiva também a abertura de capital por empresas no País, assim como fusões e aquisições¿, completa.
Bandeira alerta, no entanto, ¿que o dinheiro novo externo não virá da noite para o dia¿, e por isso é preciso cuidado com aplicações de curto prazo em ações.
O administrador de investimentos Fábio Colombo continua também recomendando cautela ao aplicador. Ele ressalta que há um cenário de alta de juros no mundo, por pressões de preços de commodities na inflação, que aqui se soma à demanda aquecida. ¿Esse é um quadro que pode atrapalhar a Bolsa¿, alerta. Para Colombo, o grau de investimento não muda a condição de que a Bolsa é investimento de risco e para o médio a longo prazo.
Com a inflação mais elevada (a variação foi de 0,69% em abril, pelo Índice Geral de Preço do Mercado-IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas), aplicações de renda fixa como fundos DI (0,63%), caderneta de poupança (0,60%)e CDBs de pequeno valor (0,56%) proporcionaram ganho real negativo.
Para o dólar, Colombo lembra que a tendência continua de queda, por causa do aumento do fluxo de capital externo na esteira do grau de investimento. ¿Novos fundos e empresas estrangeiros devem fazer aplicações no País agora, porque a falta do grau de investimento constituía um impedimento.¿
No ranking que considera o período de janeiro a abril, apenas a Bolsa paulista exibe rendimento acima da inflação.
Todas as aplicações de renda fixa ofereceram rentabilidade abaixo de 3,09%, a variação acumulada pelo IGP-M este ano. Os fundos de renda fixa tiveram o melhor desempenho do segmento, com rendimento líquido de 2,9%, seguido pela caderneta, que pagou 2,86%.
Nesse período, o dólar comercial teve o pior desempenho, com queda de 6,31%.
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