Título: PF quer mais tempo para investigar dossiê
Autor: Mendes, Vannildo
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2008, Nacional, p. A10

Órgão pede à Justiça prorrogação do prazo para concluir inquérito sobre divulgação de gastos de FHC

Após um mês de investigações sem chegar a uma conclusão, a Polícia Federal decidiu pedir à Justiça a prorrogação do inquérito que apura responsabilidades pela montagem do dossiê sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria sido feito por servidores da Casa Civil.

O pedido não especifica o prazo, mas, como é de praxe, a prorrogação deve ser de 30 dias. Aberto em 7 de abril, o inquérito destina-se a investigar a responsabilidade pelo vazamento do dossiê e se houve dolo na sua elaboração.

A oposição acusa o governo Lula de ter feito o dossiê como instrumento de chantagem política para impedir as investigações sobre gastos irregulares com cartões corporativos, tema sobre o qual a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, deve ser questionada, amanhã, durante seu pronunciamento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. Ela vai falar sobre obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas DEM e PSDB já anunciaram que vão cobrar explicações sobre o dossiê.

PERÍCIA

Indiferente às pressões dos meios políticos para agilizar os trabalhos, o delegado Sérgio Menezes ainda não definiu se foi ilegal a elaboração do dossiê, como alegam os partidos de oposição, ou se não foi crime, como sustenta o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix. Para dirimir essa questão, o delegado considera essencial a perícia que a PF faz em 13 computadores usados na digitalização dos gastos da Presidência no governo atual e no anterior.

Menezes alega que o laudo não está pronto e que só com ele em mãos poderá intimar para depor os servidores da Casa Civil responsáveis pela digitalização dos dados relativos aos gastos de FHC e de sua mulher, Ruth Cardoso.

São eles a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que goza de plena confiança de Dilma, o secretário de Administração, Norberto Temóteo Queiroz, e o secretário de Controle Interno, José Aparecido Nunes Pires. Constam também da lista de servidores a serem intimados Maria Soledad Castrillo, chefe de gabinete de Erenice, e o diretor de Orçamento e Finanças da pasta, Gilton Saback Maltez.

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