Título: Emprego na construção dispara 185% no trimestre
Autor: Dantas, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/05/2008, Economia, p. B5

Aquecimento do mercado imobiliário foi o responsável pela criação de 113,9 mil novas vagas no País entre janeiro e março

Com o aquecimento do mercado imobiliário, o emprego na construção civil disparou 185,5% no País no primeiro trimestre de 2008 em relação a igual período no ano passado. Segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), de janeiro a março, foram abertas 113.852 vagas no setor. No mesmo intervalo de 2007, foram criados 39.873 postos de trabalho.

¿O crescimento do momento é conseqüência de investimentos feitos há dois anos pelas construtoras¿, disse o diretor de Economia do Sinduscon, Eduardo Zaidan. Ele lembra que, nesse período, os empréstimos da poupança para imóveis aumentaram de maneira significa, empresas importantes captaram grande volume de recursos abrindo capital (IPOs) e a renda familiar cresceu.

Os novos postos de trabalho, até março de 2008, já representam mais que a metade do total de vagas criadas em todo o ano de 2007. O estoque de trabalhadores com carteira assinada atingiu novo recorde em março e está em 1,948 milhão, o que representa aumento de 16,8% em relação a março do ano anterior. ¿Até o primeiro semestre de 2009, mesmo que o cenário econômico passe por alterações, teremos crescimento de empregos porque projetos e obras para esse ano estão em andamento¿, diz Zaidan. Para 2008, ele prevê crescimento de 7% a 8% para a construção civil. ¿Para uma reviravolta do setor, no próximo ano, só se houver subida de juro real, restrição ao crédito e uma perspectiva inflacionária ruim.¿

Em março, na comparação com os últimos 12 meses, o emprego na construção civil cresceu 21% na região Centro-Oeste, 20% na região Norte, 17,5% no Sudeste, 15% no Sul e 13,5% no Nordeste. Na comparação trimestral de 2008 ante 2007, a região Centro-Oeste se destacou, com crescimento de 665,9% no número de contratações e criação de 11,7 mil postos. Mas o Norte do País , quando se utiliza este tipo de comparação, revela uma perda de 47 postos de trabalho. É bem menos do que no ano anterior, quando foi registrado corte de 671 empregos. O diretor do Sinduscon observa que o setor tem uma sazonalidade grande entre novembro e fevereiro, quando é comum uma retração no emprego. ¿O importante é que, na comparação dos últimos 12 meses, todas as regiões mostram crescimento¿, disse.

No Estado de São Paulo, foram criadas nos primeiros três meses do ano 37,3 mil vagas no setor de construção, o que representa uma alta de 126,6% na comparação com igual período em 2007. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Estado em março chegava a 553,4 mil. O volume é 22% superior ao mesmo mês do ano anterior. Na capital paulista, de janeiro a março, surgiram 17,5 mil empregos com registro em carteira. O total é 96% superior a igual período em 2007.

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