Título: Mulher de deputado vai abrir contas de ONG
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/05/2008, Nacional, p. A4

Paulinho admite que Meu Guri recebeu recursos do BNDES, mas diz que Moura não participou da liberação

A mulher do deputado Paulinho da Força (PDT-SP), Elza de Fátima Costa Pereira, convocou ontem a imprensa a visitar a ONG Meu Guri, em Mairiporã, para avisar que vai abrir as contas da entidade. A seu lado estava Paulinho, que aproveitou para dizer que seu ex-assessor e ex-conselheiro do BNDES João Pedro de Moura não participou da liberação de R$ 1,2 milhão do banco para a ONG. ¿Ele pode até falar lá dentro, mas conselheiro não libera recursos. Nós (Força Sindical) nos responsabilizamos por ter indicado ele para o cargo.¿

Segundo Paulinho, a ONG sobrevive da contribuição de trabalhadores e empresários. ¿Fizemos um pedido ao BNDES para que nos concedessem recursos para comprar um terreno¿, relatou. ¿Não dava. A linha de crédito era só para construção. Compramos o terreno e, a partir daí, ficamos trabalhando a idéia de um lugar em que se pudesse construir.¿ De acordo com ele, o valor total do repasse do banco foi de R$ 1,328 milhão - e não R$ 1,2 milhão. ¿O que o banco nos deu era pouco. O custo total da obra, R$ 4 milhões, foi amparado por doadores.¿

Elza ainda prestou alguns esclarecimentos sobre a Meu Guri. Segundo ela, o nome de Moura foi excluído do site da ONG na quinta-feira ¿porque precisava de uma atualização¿.

Uma placa comemorativa, no entanto, comprova que Moura era suplente do conselho fiscal da Meu Guri à época do último repasse do BNDES: abril de 2004. ¿O Moura saiu em 2007¿, acrescentou Elza.

Paulinho ainda foi questionado pelo envolvimento de seu nome na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal. Ele negou conhecer Marcos Vieira Mantovani, apontado pelo Ministério Público Federal como consultor da suposta quadrilha. Apenas o nome do coronel Wilson Consani Júnior, citado diversas vezes nos autos, traz alguma lembrança. ¿Eu falava com ele da segurança das festas da Força¿, explicou o deputado.

Sobre sua relação com Moura, Paulinho resumiu ao lado de seu advogado, Antonio Rosella: ¿O que o João Pedro fez nós não discutimos.¿ Ele prometeu levar novas explicações à Câmara. ¿Quero ser investigado. Vou pedir ao corregedor, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-ES), que tudo seja rápido.¿

Por fim, Paulinho falou em armação política. ¿A gente está atrapalhando a vida de alguns com várias reformas do direito do trabalhador.¿ E disse que segue candidato à Prefeitura de São Paulo. ¿Acho que até vou ganhar mais votos com isso.¿

MAIS UM CASO

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Eleno Bezerra, falou sobre o repasse revelado ontem pelo Estado de R$ 82 mil para a ONG Luta e Solidariedade. Bezerra negou ser o dirigente do instituto. ¿Quem deve explicar é o presidente, chamado Wilson¿, afirmou, sem saber dizer quem era e qual o sobrenome de Wilson. Negou ainda que a ONG tenha relação com a Força Sindical, apesar de no CNPJ constar o endereço de um restaurante mantido pela entidade. Segundo Paulinho, a única ONG da Força é a Meu Guri.

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