Título: Regras de crédito da PDP saem em até 45 dias
Autor: Warth, Anne
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/05/2008, Economia, p. B7

Presidente do BNDES diz que novos empréstimos já devem ser concedidos nessas condições

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que as novas condições de financiamento anunciadas pelo governo na segunda-feira no âmbito da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)devem entrar em vigor em no máximo 45 dias.

Coutinho afirmou que a rede bancária, que faz a intermediação das operações entre o BNDES e as empresas, será informada já nos próximos dias sobre as facilidades propostas pelas medidas da política industrial para que os novos empréstimos já sejam concedidos nessas condições.

¿Eu estabeleci ontem com a nossa diretoria um prazo máximo de 45 dias para tornar operacionais as novas regras de financiamento¿, disse ele, em visita à 27ª Feira Internacional da Mecânica, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na capital paulista. ¿É um compromisso assumido com os senhores para que possamos ter em 45 dias - e eu espero até poder reduzir esse prazo - as novas regras de financiamento operacionais, com prazos mais elásticos, spreads reduzidos e taxas de intermediação mais baixas.¿

Ele disse ter a expectativa de que os negócios fechados durante a feira, a maior do setor de bens de capital na América Latina, já sejam feitos nas condições anunciadas. Um dos principais pedidos do setor foi atendido pelo governo: a extensão dos prazos de financiamento para a aquisição de máquinas e equipamentos, de 60 meses para 120 meses. Além disso, o spread médio do banco foi reduzido de 1,46% para 1,1% e o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) deixou de incidir sobre os empréstimos da instituição.

CAPTAÇÕES

O presidente do BNDES disse também que a instituição deve captar recursos no exterior para poder atender às demandas de financiamentos nas áreas de indústria e serviços e de infra-estrutura nos próximos anos. ¿A reabertura do mercado para captações soberanas brasileiras foi favorável algum tempo atrás, o que nos leva a reexaminar a possibilidade de voltar ao mercado internacional.¿

Apesar disso, Coutinho advertiu que o BNDES não deve lançar bonds a qualquer custo. ¿Nós estamos esperando o melhor momento do mercado, tendo em vista que o mercado internacional passou por períodos de stress muito fortes há algumas semanas. Agora já há um certo relaxamento, mas estamos olhando o melhor momento para voltar ao mercado.¿

Coutinho destacou que o BNDES é uma instituição que tem excelente reputação no mercado internacional e já é grau de investimento. ¿Oportunamente, voltaremos ao mercado porque vamos precisar complementar nosso funding. Obviamente, queremos fazer isso ao menor custo possível.¿

¿Recebemos muitas propostas de vários bancos internacionais para que façamos a captação de recursos no exterior. Obviamente não vou adiantar taxas nem condições, até porque isso é estratégico, mas estamos aguardando o mercado internacional se tornar mais favorável¿, observou.

Coutinho disse ainda que os desembolsos do BNDES nos próximos três anos devem superar os R$ 300 bilhões, pois incluem financiamentos no âmbito da política industrial para as áreas de indústria e serviços, e também investimentos em infra-estrutura presentes no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

¿Os desembolsos do BNDES até 2010 serão bem maiores que os R$ 210,8 bilhões previstos na política industrial. O quanto será maior depende de tratativas que estamos concluindo com o Ministério da Fazenda para ver o desenho final de fontes de funding. Estamos examinando as possibilidades¿, ressaltou.

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