Título: Cresce meta de áreas protegidas
Autor: Escobar, Herton
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/05/2008, Vida&, p. A15

Até 2012, objetivo oficial será preservar 60 milhões de hectares

O governo vai aumentar sua meta de criação de áreas protegidas na Amazônia de 50 milhões de hectares para 60 milhões de hectares até 2012. O anúncio oficial deverá ser feito amanhã em Bonn, na Alemanha, onde o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participará de uma conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade.

A meta faz parte do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), criado em 2002, que hoje gerencia 31 milhões de hectares de floresta em 60 unidades de conservação - das quais 41 foram criadas diretamente pelo Arpa, totalizando 22,5 milhões de hectares. Também já estão em curso estudos para a criação de outras 20 unidades, que somariam à rede outros 10 milhões de hectares.

O encontro em Bonn é a 9ª Conferência das Partes (COP-9) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, que marcará a primeira participação de Minc como ministro em um evento internacional.

O aumento do compromisso com áreas protegidas poderá ser um contraponto importante à repercussão negativa que a saída de Marina deixou no cenário internacional.

Além de proteger a biodiversidade, a criação de áreas protegidas reduz a contribuição do Brasil para o aquecimento global. Segundo estudo que será apresentado hoje, todas as unidades de conservação do Arpa estabelecidas até este ano deverão gerar ¿economia¿ de 1,1 bilhão de toneladas de carbono no balanço de emissões brasileiras até 2050.

Apesar de muitas áreas protegidas não estarem devidamente implementadas - carentes de funcionários, infra-estrutura e regulamentação fundiária -, elas protegem a floresta. Nas unidades avaliadas no estudo, o total acumulado de desmatamento variou entre 1% e 3%. ¿Pode ser que uma ou outra área protegida tenha problemas com desmatamento, mas, de uma forma geral, pode-se dizer que as áreas protegidas brasileiras são muito efetivas na contenção do desmatamento. Isso pode ser muito importante nas negociações internacionais¿, disse a pesquisadora Laura Dietzsch, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), uma das entidades que realizaram o estudo.

O repórter viajou a convite da organização da COP-9