Título: Maranhão terá refinaria, diz Lobão
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/05/2008, Economia, p. B4

Segundo ministro, unidade em seu Estado natal começará a ser construída em 2009; Petrobrás não confirma

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que a Petrobrás estuda construir até duas novas refinarias de petróleo no Brasil para aumentar sua capacidade de refino em 600 mil barris por dia. Segundo Lobão, já está certo que uma delas será em seu Estado, o Maranhão, mais precisamente na capital, São Luís. Em relação à outra refinaria, a estatal ainda vai analisar se será mesmo necessária e onde será construída.

Procurada, a Petrobrás confirmou que estuda opções para ampliar sua capacidade de refino, atualmente de cerca de 2 milhões de barris por dia, mas não forneceu mais detalhes. ¿A Petrobrás está fazendo esses estudos a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva¿, disse o ministro. Segundo Lobão, a unidade de São Luís terá capacidade para 400 mil barris diários e a segunda, de 200 mil.

¿Se não for construída a segunda, a refinaria do Maranhão pode ter uma capacidade de 600 mil barris¿, disse Lobão. Ele ressaltou que, de qualquer modo, a refinaria maranhense será a maior do Brasil, uma vez que as unidades existentes hoje processam, em média, 200 mil barris de petróleo por dia.

A refinaria do Maranhão deverá demandar investimentos de US$ 8 bilhões a US$ 10 bilhões. Mas, se a capacidade da unidade chegar a ser, de fato, de 600 mil barris, o investimento pode atingir a marca dos US$ 15 bilhões. A eventual segunda refinaria, por sua vez, exigirá investimentos de US$ 5 bilhões.

Lobão explicou que a intenção da Petrobrás é produzir nessas refinarias todos os derivados do petróleo, destinando-os principalmente para a exportação. ¿Por isso, a escolha do Estado do Maranhão, que tem o porto mais profundo do País e está mais perto dos mercados consumidores (como Europa e Estados Unidos)¿, justificou.

Lobão disse que a Petrobrás deverá apresentar até o fim deste mês ao governo os estudos que apontarão se serão necessárias uma ou duas refinarias. Lobão avaliou que a construção de uma única unidade de 600 mil barris diários custa menos do que erguer duas plantas para atingir esse mesmo volume.

Entretanto, a eventual divisão de capacidade ocorreria por questões logísticas ou mesmo políticas, já que diversos governadores estão brigando para atrair os investimentos para seus Estados. ¿Há uma disputa muito grande entre os Estados por causa dessas refinarias¿, disse o ministro.

Lobão afirmou que a idéia do governo é iniciar as obras em 2009. A partir daí, a estimativa é de que sejam concluídas em um prazo de cinco a seis anos. Segundo ele, se a opção for pela construção de duas unidades, elas deverão ser erguidas ao mesmo tempo.