Título: Justiça começa a ouvir acusados no caso BNDES
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/05/2008, Nacional, p. A10

Sócios de casa noturna que era usada como sede do esquema serão interrogados hoje na 2.ª Vara Federal

A Justiça Federal em São Paulo começa a interrogar hoje os 13 réus da Operação Santa Tereza, que desmontou suposto esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O caso envolve o lobista João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força - que também é citado em todos os relatórios de investigação da Polícia Federal.

Washington Domingos Napolitano e Edson Luís Napolitano, sócios da WE Original - boate e reduto do esquema BNDES, segundo denúncia da Procuradoria da República -, serão ouvidos pelo juiz Marcio Ferro Catapani, da 2.ª Vara Federal. Eles são acusados de lavar dinheiro por meio de exploração e tráfico internacional de mulheres. Os dois negam o crime.

Na sexta-feira será interrogado o advogado Ricardo Tosto, ex-conselheiro do BNDES. Tosto assumiu cadeira no conselho de administração do banco por indicação da Força Sindical. Substituiu Moura em 2007.

Alvo da operação da PF, Tosto deveria ser ouvido hoje, mas seu relato foi adiado a pedido da defesa, que alegou não ter tido acesso a documentos encaminhados à Justiça.

O Ministério Público Federal denunciou o advogado por formação de quadrilha e aplicação indevida de recursos públicos. ¿O processo vai mostrar a absoluta inocência de Tosto¿, afirma o criminalista José Roberto Batochio, defensor do ex-conselheiro do BNDES. ¿Tosto é homem integro, honesto. Jamais participou de qualquer ato ilícito.¿

Moura será interrogado na segunda-feira. Ele está preso no Cadeião de Guarulhos. Grampos da PF pegaram o lobista acertando divisão de dinheiro de dois empréstimos do BNDES que somam R$ 400 milhões. ¿Ele (Moura) dará todos os esclarecimentos à Justiça¿, disse o advogado Frederico Crissiúma, que defende o amigo de Paulinho.