Título: Alta do emprego reduz em 15,3% o déficit do INSS
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/05/2008, Economia, p. B5

Entre janeiro e abril, saldo negativo ficou em R$ 12,7 bi, ante R$ 14,95 bi em igual período do ano passado

O ritmo intenso de contratações de trabalhadores com carteira assinada pelas empresas ajudou o déficit nas contas da Previdência a cair 8,1% em abril ante igual mês de 2007. O saldo negativo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ficou em R$ 2,79 bilhões, resultado cerca de R$ 450 milhões inferior ao projetado no início de 2008 pelos técnicos do Ministério da Previdência.

O crescimento da arrecadação em ritmo mais acentuado que as despesas também levou a Previdência a melhorar as contas entre janeiro e abril. O saldo negativo no período diminuiu 15,3% em relação a igual intervalo de 2007, passando de R$ 14,95 bilhões para R$ 12,66 bilhões, em valores já corrigidos pela inflação.

No mês passado, a arrecadação de contribuições subiu 12,4% em relação a abril de 2007, atingindo R$ 12,64 bilhões, novo recorde mensal, excetuando os meses de dezembro, quando a arrecadação aumenta por causa do 13º salário.

As despesas em abril subiram menos, 8%, para R$ 15,43 bilhões, por causa, principalmente, do aumento real dado ao salário mínimo (que é também o piso da Previdência) e à correção de 5% nos valores dos benefícios mais elevados.

No quadrimestre, as receitas cresceram quase três vezes mais que o pagamento de benefícios. A arrecadação subiu 10,5%, chegando a R$ 48,30 bilhões. Os gastos se elevaram em 3,9%, para R$ 60,97 bilhões.

Os resultados favoráveis do início do ano levaram a Previdência a rever para R$ 42 bilhões a projeção de déficit nas contas deste ano do INSS. A nova previsão é R$ 1 bilhão inferior à anterior, mas ainda mais conservadora do que a estimativa de R$ 40,5 bilhões do Ministério da Fazenda.

O secretário de Políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência, Helmut Schwarzer, disse que prefere se manter mais "cauteloso", mas admitiu que a previsão da Fazenda é "factível", caso a formalização de mão-de-obra no mercado de trabalho continue. "Para as nossas receitas correntes, a folha salarial das empresas urbanas é fundamental", disse.