Título: Inflação em São Paulo dobra e vai a 0,87% em maio
Autor: Assis, Carlos de Francisco
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/06/2008, Economia, p. B9

Maior contribuição foi dos preços dos alimentos, especialmente do arroz, que aumentou 19,83% no mês

O Índice do Custo de Vida (ICV) do Dieese apontou um aumento médio de 0,87% nos preços ao consumidor no município de São Paulo em maio, o dobro do verificado em abril, de 0,42%. Em maio de 2007, o mesmo índice mostrou alta média 0,63%.

Os produtos que mais contribuíram para esse salto na inflação no mês passado foram os alimentos, com 2,40%, uma aceleração de 1,85 ponto porcentual ante a puxada de 0,55% em abril. Em maio de 2007, a alta foi de 0,16%. Só o arroz subiu 19,83% em maio deste ano. Em compensação, o preço do feijão recuou 10,29%.

A alimentação respondeu por 0,66 ponto porcentual do ICV de maio. O alimentos in natura subiram 3,64%. Nesse subgrupo, hortaliças, legumes, e frutas aumentaram, na média, 3,7%. As hortaliças contribuíram com 7,64%; os legumes, com 17,91% - com destaque para tomate (10,40%) e vagem (28,72%). No caso das raízes e tubérculos (5,87%), a batata colaborou com 10,37% de aumento e a cenoura, com 19,85%.

O preço dos ovos caiu 1,9% e o das frutas, no geral, caiu 0,78%. Contribuíram para isso as quedas do mamão (7,55%), limão (4,05%) e da laranja (3,20%). No caso das carnes, a bovina ficou 3,05% mais cara; a de porco, 1,31%; e a de frango 5,98%.

No grupo de alimentos industrializados, a alta foi de 1,6%, com destaque para massas, biscoitos e farinhas, com 2,89%; e panificados, com 4,54%.

SEM GENERALIZAÇÃO

O Dieese rejeitou ontem a tese, difundida no mercado, de que a aceleração da inflação é resultado de um processo de aumentos generalizados dos preços. A rejeição tem base na evolução dos preços dos alimentos.

¿A partir das comparações envolvendo os alimentos, pode-se afirmar que a taxa de maio foi determinada pelo reajuste no grupo Alimentação. Esse fato não aponta, necessariamente, para um processo inflacionário generalizado, uma vez que a maioria dos outros grupos teve taxas, em maio de 2008, inferiores às de igual período de 2007¿, disse a coordenadora do ICV, Cornélia Nogueira Porto.

De acordo com Cornélia, poucos produtos têm feito grandes estragos na taxa de inflação. ¿Cabe salientar que outros produtos que vinham registrando comportamento inflacionário já reverteram as suas taxas ou diminuíram o seu ritmo de reajuste, como observado no feijão (-10,29%) e no óleo de cozinha (0,44%).¿

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