Título: Corregedor pede cassação de Lins
Autor: Ciarelli, Mônica
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/06/2008, Nacional, p. A7

Relatório será entregue hoje e recomenda perda do mandato do deputado estadual e ex-chefe da polícia do Rio

O corregedor-geral da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), pedirá hoje à Mesa Diretora da Casa cassação do mandato do deputado estadual Álvaro Lins (PMDB), ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Lins é acusado de ser o chefe operacional de uma suposta quadrilha que vendia proteção à máfia dos caça-níqueis, além de corrupção na instituição que dirigiu. O caso foi denunciado na Operação Segurança Pública S.A., da Polícia Federal.

¿O relatório que consegui concluir nesse fim de semana pedirá ao Conselho de Ética a perda do mandato de Álvaro Lins¿, informou o corregedor.

Preocupado com a proximidade do recesso parlamentar do meio do ano e com o ano eleitoral, que em geral esvazia o Legislativo, o corregedor decidiu antecipar para hoje a entrega do texto. O novo cronograma vai permitir aos integrantes da Mesa analisar o caso já na reunião de amanhã. Se aprovado o pedido de cassação, ele será encaminhado ao Conselho de Ética. ¿Esse é um caso grave, e quis correr contra o tempo em função do recesso¿, disse.

O deputado antecipou que o relatório que apresentará hoje tem cerca de 50 páginas e tomou como base as denúncias levantadas pela PF. Segundo ele, o pedido de perda de mandado de Lins se baseou em ¿vários¿ indícios, especialmente nas suspeitas de ¿crimes permanentes¿, como o de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Entretanto, destacou o deputado, também pesou na decisão o fato de o gabinete de Álvaro Lins ser formado basicamente por indiciados no processo ou ligados aos envolvidos. Dos 13 assessores de Lins, três foram indiciados, quatro foram citados no processo e outros três são parentes de indiciados. ¿O decoro parlamentar não é só do deputado, é de todo parlamento. E a Casa ficou bastante ofendida com a situação.¿

Lins chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas acabou libertado pouco depois, por decreto legislativo votado pela Alerj. O advogado de Lins, Ubiratan Guedes, não foi encontrado ontem para falar sobre o assunto.

Links Patrocinados