Título: Grupo volta a bloquear estrada no Paraná
Autor: Fadel, Evandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/06/2008, Nacional, p. A14

Índios também mantêm escritório da Funasa ocupado desde segunda

Cerca de 600 índios das tribos caingangue e guarani bloquearam ontem o tráfego em dois trechos da BR-373, entre Pato Branco e Mangueirinha, no sudoeste do Paraná. Outro grupo, com quase 40 índios, ocupa desde segunda-feira o escritório regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no centro de Curitiba.

A rodovia foi bloqueada, segundo representantes dos indígenas, em protesto contra a interrupção do contrato com a empresa terceirizada que fornecia veículos para o transporte de pacientes entre as aldeias e os hospitais. O contrato venceu em 23 de maio e até agora não foi renovado.

Líderes indígenas viajaram na manhã de ontem para Brasília para um encontro com o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Francisco Danilo Bastos Forte, mas até o fim da tarde não havia nenhuma decisão.

Este foi o segundo bloqueio de rodovias no Estado, nesta semana. Na segunda-feira os índios tinham bloqueado o tráfego na BR-277, em Nova Laranjeiras, no centro-sul do Paraná, interrompendo a ligação entre Curitiba e o oeste do Estado. O bloqueio demorou 17 horas e só foi interrompido depois que a empresa concessionária daquele trecho, a concessionária Rodovia das Cataratas, conseguiu uma liminar de reintegração de posse.

ACORDO

Em Brasília, cerca de 40 índios tupiniquins reuniram-se com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, para reclamar contra o não-cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em dezembro do ano passado, sobre melhorias em suas terras no Espírito Santo.

O TAC foi assinado depois que o Ministério da Justiça declarou como indígena uma área de 11 mil hectares ocupada por tupiniquins e guaranis no norte do Estado. Foi o fim de uma longa disputa com a Aracruz Celulose, que vinha plantando eucaliptos naquela área.

Os indígenas querem que a Funai realize um estudo etno-ambiental na terra, com o objetivo de recuperá-la. Alegam que o solo foi completamente degradado, após décadas de monocultura de eucalipto. Eles também querem que a Funai garanta o repasse de recursos para projetos emergenciais para suas comunidades.

O grupo de índios tupiniquins chegou pela manhã à sede da Funai, mas só conseguiu reunir-se com o presidente do órgão e representantes da 6ª Câmara do Ministério Público Federal no fim da tarde.

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